Estudante de engenharia fez parte de melhor trabalho nos EUA
Estudo em equipe desenvolveu proposta voltada para redução do impacto auditivo causado pelo metrô de Chicago



O estudante de Engenharia Civil Bruno Peruqui Guidio se prepara para retomar as aulas na Unoeste, após intercâmbio de um ano e meio nos Estados Unidos. Confessa que volta ainda mais disposto, por conta das experiências acadêmicas vividas em duas unidades do Instituto Tecnológico: Atlanta, na Geórgia; e Chicago, em Illinois. Também teve outras vivências, como a de um curso interdisciplinar com equipes empenhadas em apresentar soluções para problemas urbanos. Fez parte da equipe eleita como a melhor na área de transporte.
Formada por cinco estudantes, a equipe contou com três brasileiros, sendo dois da engenharia civil e um de arquitetura, e dois norte-americanos, sendo um mecânico e um da ciência da computação. O desafio lançado foi o de apresentar estudo específico, capaz de contribuir com a redução do barulho do metrô de Chicago, a mais populosa cidade do Estado de Illinois. Formularam melhorias específicas ao sistema antigo dessa modalidade de transporte.
A proposta foi apresentada para professores e empresários na feira ao fim do curso, na qual cada equipe mostrou maquete ou protótipo do dispositivo criado. Fato é que o estudante de Presidente Prudente esteve entre os que receberam certificado da melhor equipe no segmento do transporte. Contemplado com bolsa do Programa Ciência sem Fronteiras, Guidio foi para os Estados Unidos em agosto de 2014 e retornou no fim de 2015.
Os primeiros quatro meses foram dedicados ao curso intensivo de língua inglesa, com aulas de manhã e à tarde; e lições à noite. “Não foi difícil, mas era puxado”, conta o estudante da Unoeste, que nesse período fez parte de um grupo de 20 brasileiros, de vários cursos e de diferentes regiões brasileiras. “Foi uma boa experiência para conhecer o Brasil”, diz. Na grade de engenharia civil passou por oito disciplinas, seis compatíveis com o conteúdo programático da instituição de origem e duas bem específicas.
Guidio comenta ter sido tudo muito proveitoso e que teve a possibilidade de se aprofundar nos estudos sobre estruturas metálicas e na utilização do software AutoCAD para elaborar projetos técnicos em 2D e 3D. Algo que acredita ter sido muito interessante foi trabalhar a produção de viga em laboratório, com aplicação de teste sobre a capacidade de resistência. A maior dificuldade com a língua inglesa ocorreu no começo das aulas de engenharia, mas se acostumou rapidamente. Aulas lecionadas por professores de nacionalidade norte-americana, chinesa, indiana e iraniana.
Conta que para cada aula expositiva eram formuladas propostas de estudos para os alunos desenvolverem individualmente. “Um sistema bom, mais com estudos do que com avaliações. Cada lição tem seus pontos. Assim, a avaliação acontece no decorrer do curso”, diz. Em Atlanta morou num prédio fora da universidade, com 20 brasileiros. Em Chicago morou num prédio dentro da universidade, dividindo o quarto, primeiro com um indiano, comunicativo; depois com um chinês, de pouca conversa.
Com aulas de segunda a sexta-feira, nos fins de semana foi possível conhecer um pouco das cidades e nas férias pode ir até para outros estados. Se encantou com Chicago, com quase 3 milhões de habitantes. Cidade segura, embora muito conhecida pela figura do gângster ítalo-americano Al Capone e que teve como morador o presidente Barak Obama e para onde vai com determinada frequência assistir jogos de basquete do Chicago Bulls.
“Chicago apresenta uma variedade de arquitetura que impressiona. Isso por conta de que teve uma época [verão de 1871) em que 2/3 da cidade foi destruída pelo fogo. Para reconstruir foram contratados arquitetos e engenheiros de outras nacionalidades, especialmente europeus. Então, ficou uma cidade linda. Gosto de prédio. Então, não me cansei de olhar para as alturas”, conta Guidio. Na condição de estudante pode andar por todos os cantos da cidade, com a permissão de utilizar o transporte público gratuitamente (comum para qualquer estudante).
Nas férias de verão, Guidio esteve em Washington e se envolveu com pesquisa na Universidade Católica da América, na área de estruturas e programas. Ajudou a elaborar software que simula degeneração de uma ponte em relação aos impactos de veículos de passeio e de cargas. Trabalhou com outro estudante brasileiro, também de engenharia, procedente de Bauru, orientados pelo professor coreano Shans Jong que deixou as portas abertas para possível mestrado, já que Guidio tem interesse na área acadêmica.
No inverno de 2015 pegou a temperatura mais baixa de toda sua estada em terras norte-americanas: menos 27 graus, com sensação de menos 32, em Chicago. Outro problema vivido foi com alimentação, muito gordurosa, começando pelo bacon e omelete no café da manhã; além de muito lanche nas vezes em que esteve fora dos alojamentos estudantis. Conheceu algumas cidades como Miami, Orlando, Filadélfia, Nova York e Las Vegas. Viagens possibilitadas pelas baixas tarifas aéreas.
Católico praticante, em Presidente Prudente pertencente à comunidade da Paróquia de Santo Antônio, Guidio visitou várias igrejas, incluindo a Basílica do Santuário Nacional de Imaculada Conceição de Maria, em Washington, onde o Papa Francisco celebrou missa, em sua visita no ano passado aos Estados Unidos. Pela rede social, juntamente com algumas colegas estudantes brasileiras em intercâmbio, criou um grupo de oração que acabou se expandido para jovens de outras nacionalidades, na promoção da evangelização e que tem continuidade com estudantes brasileiros que estão na França.
Guidio conta que passou por dois choques culturais: quando lá chegou e deparou com um povo extremamente educado e com as relações comerciais de extremo respeito ao consumidor; quando retornou para a realidade brasileira repleta de problemas provocados por gestões públicas, tão diferentes do comportamento norte-americano. Durante sua permanência no exterior manteve permanente contado com a Unoeste, através do assessor de relações interinstitucionais Dr. Antonio Fluminhan Júnior e do vice-coordenador de seu curso, o professor Felipe Bittencourt Figueiredo; no qual retoma as aulas a partir da próxima segunda-feira (1), 6º termo.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste