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Biológicas esclarecem mitos e verdades sobre o Aedes aegypti

Mais de 300 pessoas participaram de palestra e debate relacionados ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya


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Foto: Gabriela Oliveira Biológicas esclarecem mitos e verdades sobre o Aedes aegypti
Celso Tatizana apresentou o projeto educacional que desenvolveu para erradicação do mosquito
Foto: Gabriela Oliveira Biológicas esclarecem mitos e verdades sobre o Aedes aegypti
Estudantes aproveitaram para baixar as aulas multimídias sobre a dengue idealizada por Tatizana
Foto: Gabriela Oliveira Biológicas esclarecem mitos e verdades sobre o Aedes aegypti
Docentes da graduação esclareceram as principais dúvidas e mitos que circulam pelas redes sociais

Assuntos como combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, microcefalia, mosquito transgênico, além do uso de repelentes, própolis e de vitamina B12 estão em alta nas redes sociais, principalmente por conta do aumento no número de casos de dengue, zika vírus e chikungunya no país. “Percebemos que existe muita informação, mas as pessoas muitas vezes confiam em fontes desconhecidas, sem nenhum respaldo técnico-científico”, destaca Silvério Takao Hosomi, biólogo e coordenador da licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas da Unoeste.

Para possibilitar uma instrução mais adequada, desmistificar possíveis equívocos e motivar os acadêmicos a realizarem ações como agentes transformadores nas suas respectivas comunidades, a graduação organizou na terça-feira (15), uma atividade com foco no combate ao Aedes aegypti. Inicialmente, Celso Tatizana apresentou o projeto educacional que desenvolveu para erradicar o mosquito. “Acredito na ideia de que a ciência e a educação podem ser o caminho para essa finalidade”, diz.

Profissional da área de tecnologia, Tatizana explica que se preocupou com o atual cenário nacional e, por isso, resolveu pesquisar trabalhos científicos a fim de desenvolver um material de orientação. Para ele, o combate ao mosquito só será possível se as pessoas conhecerem “o inimigo” mais profundamente. “Atualmente, o governo usa somente dois atores nesse processo: o vigilante epidemiológico e a população adulta. Infelizmente, existem poucos profissionais para a realização de visitas semanais às residências, pois não adianta inspecionar uma vez só. Por outro lado, a população adulta muitas vezes chega cansada em casa, não sabe combater corretamente e acaba deixando essa tarefa de lado. Dessa forma, eu defendo a ideia de que os melhores combatentes nesse processo são alunos e professores. Nada mais do que justo, fornecer um material que ajude nessa função”.

Após a palestra de Tatizana, os acadêmicos participaram de um bate-papo com os docentes de Ciências Biológicas para esclarecimento dos mitos e verdades sobre o mosquito e as doenças transmitidas por ele como a dengue, zika vírus e chikungunya. “A população precisa entender que não existe nenhuma medida milagrosa e esse foi o foco principal da nossa discussão”, ressalta Hosomi.

Rodrigo Metzker Pereira Ribeiro é biomédico e fez mestrado no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP). A experiência na área possibilitou esclarecer dúvidas sobre a microcefalia. “Estudos indicam uma forte relação da capacidade do zika vírus infectar as células neuronais, provocando a má formação do cérebro”. Ele comenta que teve a oportunidade de trabalhar com o professor Geraldo Duarte, obstetra e livre-docente da USP, que publicou recentemente um manual de prevenção à zika para gestantes. “Pesquisas comprovam ainda que esse vírus tem potencial e capacidade de transpor a barreira placentária. A partir daí já foi identificada a presença de proteínas virais tanto no líquido amniótico, quanto na placenta e nos tecidos fetais”.

O biólogo e doutor em entomologia, Luis Gustavo Rodrigues Iemma, também desmistificou algumas ideias que surgem na internet. “O maior dos mitos é sobre o Aedes aegypti transgênico, pois muitas pessoas acham que ele é o responsável pelo surgimento do vírus zika. Isso é uma inverdade, pois esse mosquito modificado geneticamente nos Estados Unidos foi trazido para o Brasil pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), como uma alternativa de controle, já que os machos gerados são estéreis e, consequentemente, provocam uma redução de até 95% na população desses insetos”. Sobre a hipótese de que o mosquito não ataca em ambientes com ar condicionado, ele explica que o inseto precisa de temperaturas altas para aquecer os músculos e poder voar. “Um ambiente mais seco e frio pode atrapalhar a sua movimentação, mas não impede que ele procure espaços mais quentes como embaixo de mesas ou lugares que o ar não alcance para picar”.

Sobre própolis e vitamina B12, Iemma destaca que estudos básicos já comprovaram que essas substâncias não repelem o Aedes aegypti suficientemente. Outra curiosidade é que muitos pensam que ele pica somente durante o dia. “Ao longo do tempo, esse vetor adquiriu resistência e como nos últimos 150 anos passamos a utilizar luzes artificiais, conseguiu se adaptar a isso, atacando também à noite”. Quanto às regiões do corpo que são alvos diretos, ele revela que o mosquito é atraído pelo gás carbônico e temperatura corporal. “O inseto busca áreas em que os vasos sanguíneos estão mais próximos da superfície da pele como tornozelo, punhos, têmporas e pescoço”, fala.

Balanço – A atividade com os acadêmicos de Ciências Biológicos superou as expectativas. “Estamos empolgados e pretendemos firmar uma parceria com Tatizana para o desenvolvimento de estágios, treinamento com discentes e docentes sobre o software de combate ao mosquito e ampliação de pesquisas sobre esse vetor na região de Presidente Prudente. É importante lembrar que o diálogo estabelecido entre professores e alunos fluiu de forma impressionante, proporcionando uma ampla interação”.

A prudentina Milena Rodrigues Sales, 17, cursa o 1º termo do bacharelado. Ela conta que teve a oportunidade de esclarecer as suas dúvidas. “Os momentos foram proveitosos e serão úteis para a minha futura atuação”. Caroline Maria Burei Di Manno, 18, é ingressante da licenciatura e reside em Centenário do Sul (PR). Ela reconhece que em sua cidade estão surgindo muitos casos de dengue. “Ficamos com uma sensação de insegurança e, por isso, eu acho que essa iniciativa foi válida, pois contribuiu com o meu embasamento, principalmente em relação ao combate ao mosquito Aedes aegypti”.

Download gratuito – As duas aulas multimídias desenvolvidas por Tatizana podem ser baixadas sem nenhum custo. Para smartphone já existe uma versão disponível para android (basta entrar no Google Play ou Play Store), buscar e baixar o Class Player. Depois é preciso clicar na aba projetos e instalar Combate ao Aedes aegypti 1 e 2. Para computadores, tablets e notebooks basta acessar esse site.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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