Doutorando em biotecnologia fala sobre reprodução assistida
Técnicas podem ser utilizadas tanto em seres humanos quanto em animais


Tudo o que há de mais recente em discussão sobre tecnologias de reprodução assistida em humanos e animais foi transmitido para alunos do curso de Biomedicina da Unoeste. As informações foram passadas em palestra do engenheiro biotecnológico Eduardo Montanari Razza, que tem mestrado em ciências biológicas em farmacologia e atualmente é bolsista pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no doutorado em farmacologia e biotecnologia, tendo feito parte dos estudos na Universidade de Copenhagen (Dinamarca).
A reprodução assistida, conforme sintetiza Razza, são técnicas que vêm sendo empregadas cada vez mais para gerar, sem a relação sexual, um ser vivo. Em humanos, as motivações de escolha do método são: infertilidade do casal heterossexual e procura por casais homossexuais, infectados com HIV/Aids, interessados em diagnóstico genético pré-implantação (identificação de doenças genéticas em pré-embriões) e em oncofertilidade – antes de realizar tratamento para câncer, o paciente congela células sexuais para evitar possível infertilidade futura. Para animais, a reprodução assistida visa acelerar a multiplicação, fazer melhoramento genético, ser fonte de pesquisa e conservar determinada espécie.
“O foco de biomédicos na reprodução humana é em laboratório, com manipulação de gametas (óvulos e espermatozoides) e embriões. E a área animal serve, muitas vezes, de acesso para quem tem interesse na área humana, pois há mais liberdade para trabalhar em animais, os entraves éticos são bem menores e a disponibilidade de material é maior”, declara o doutorando, que conversou com os estudantes nesta quarta-feira (23) na sala 1 do bloco E do campus I. As tecnologias mais utilizadas, que ganham aperfeiçoamento constante, são de inseminação artificial, fertilização in vitro e injeção intracitoplasmática de espermatozoides.
Na palestra, Razza apresentou um breve histórico dos principais momentos da reprodução assistida: em 1934 foi possível fazer in vitro a maturação oocitária (oócito é a célula precursora do óvulo); em 1959 houve o nascimento do primeiro mamífero, um coelho, gerado a partir de fertilização in vitro (FIV); no ano de 1978 nasceu Louise Brown, o primeiro bebê de proveta (nascido por FIV); e em 1982 nasceu o primeiro bezerro por FIV. Na América Latina, o primeiro bebê humano a nascer por fertilização in vitro em 1984 foi a brasileira Anna Paula Caldeira. Dez anos mais tarde, 1994, nasceu o primeiro bezerro por FIV no Brasil.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste