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Estudante de Arquitetura faz estágio em escritório no Japão

Mesmo diante da avançada tecnologia, para todos e qualquer projeto existe a produção artesanal de maquete


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Foto: João Paulo Barbosa Estudante de Arquitetura faz estágio em escritório no Japão
Jaqueline Naomi Haga: estágio duas vezes no Japão
Foto: Cedida Estudante de Arquitetura faz estágio em escritório no Japão
Maquete que teve a participação de Jaqueline na produção

A cultura japonesa de cuidar dos mínimos detalhes se notabiliza na arquitetura pela produção artesanal de maquete para todos e qualquer projeto, mesmo diante da existência de softwares permitindo simular o mundo real, mediante renderizações fotorrealistas. É nessa área de produção que a estudante Jaqueline Naomi Haga fez estágio por duas vezes no Tetsuo Kobori Architects, no Japão. No último ano do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unoeste, aproveitou o período de recesso escolar dos últimos dois anos para viver essa experiência internacional.

Filha de descendentes de japoneses, sua vida tem sido marcada por idas e voltas ao país no qual fez grande parte dos seus estudos no ensino fundamental, sendo três anos numa escola japonesa e dois numa escola para brasileiros. A validação do último ano do ensino médio foi com uma prova no Japão, onde permaneceu por outros cinco anos. Nesse período, trabalhou numa fábrica da indústria de autopeças e amadureceu a ideia de sua formação profissional superior.

A escolha recaiu na arquitetura, por abranger vários campos, como os da história, dos cálculos matemáticos e das questões sociais. Então, retornou ao Brasil, fez seis meses de cursinho, prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e alcançou pontos suficientes para obter bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni). Orfã de pai e com sua mãe Emilia Miyuco Haga morando no Japão há 16 anos, com quem Jaqueline passa os recessos. É na província de Kanagawa-ken, a duas horas de Tóquio.

O estágio no escritório japonês foi por indicação da arquiteta Megume Nagahashi, quem conheceu em 2014 numa viagem à Itália. Nas duas ocasiões do treinamento para o exercício profissional, a estudante brasileira atuou em conjunto com uma estagiária japonesa na produção de maquetes. “Eles dão muito valor à maquete do projeto. Todos têm maquete física, tanto no estudo preliminar para examinar detalhes quanto para mostrar ao cliente”, conta para fazer comparações com o Brasil.

Entre os materiais utilizados pelos japoneses, para construir maquetes, prevalece o isopor. São construídos ambientes internos e externos, sendo que a vegetação provém de serviço terceirizado.  “É um isopor mais liso [menos poroso] e revestido com papel. Não esfarela e dá um acabamento limpo”, conta. Outro material muito utilizado é o papelão. O tempo de produção depende dos detalhes e do tamanho de cada maquete; mas, no mínimo, são de duas a três semanas.

Conforme Jaqueline, nas capitais brasileiras, especialmente São Paulo, existem arquitetos que usam o recurso da maquete como representação em escala reduzida da obra a ser executada. Em cidades do interior, essa prática é menos usual. No Japão, a profissão é mais valorizada e a inserção no mercado de trabalho, para desenvolver e assinar projetos, depende de avalição pelo órgão de classe, correspondente ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) brasileiro.

Se aprovado numa primeira avaliação, o arquiteto pode assinar projetos de casa e pequenos edifícios. Passando na segunda avalição, adquire um nível mais alto de respeito profissional, podendo assinar qualquer projeto arquitetônico ou urbanístico. “Acho bacana, por filtrar os bons e maus profissionais”, diz Jaqueline, que poderá ir trabalhar no escritório onde fez estágio, caso tenha proposta de remuneração maior do que recebeu, que foi de U$7 dólares por hora, para poder se manter em Tóquio.

Enquanto estagiária, sua renda era complementada com o serviço em um bar. As sextas e aos sábados trabalhava durante a madrugada. Jaqueline não sabe quanto ganha um arquiteto no Japão, onde nem é possível detectar condições sociais, num país em que não há distinção entre diretor e funcionário, a exemplo de ambos utilizarem o metrô como meio de transporte. Depois de formada, o Japão é uma das possibilidades para ela.

Com a qualidade do ensino que recebe na Unoeste, sua expectativa também se volta à pós-graduação no exterior, possivelmente na Austrália ou Canadá. Os estágios de Jaqueline se encaixam nos procedimentos de internacionalização da universidade, para os quais contribuem várias ações de troca científico-cultural, incluindo as de iniciativa própria.

Conforme o assessor de relações interinstitucionais da Unoeste, Dr. Antonio Fluminhan Júnior, o caso de Jaqueline é um exemplo de que o estudante pode e deve identificar a oportunidade de estágio ou estudo no exterior. Para a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Marcela do Carmo Vieira, a iniciativa da estudante resultou numa vivência muito rica, pela relevância do país onde esteve. Também cita o fato de conseguir algo que não é fácil e ainda ter a oportunidade de retornar, por méritos próprios e pela qualidade da universidade que está cursando.  

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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