Mulheres são conscientizadas sobre câncer do colo de útero

A junção de duas ligas acadêmicas do curso de Medicina da Unoeste promoveu pela primeira vez na cidade a campanha Março Lilás, voltada para a conscientização e prevenção do câncer do colo de útero. Doença cujo controle é uma das prioridades da agenda de saúde do Brasil, como parte do plano de ações estratégicas para o enfretamento de doenças crônicas não transmissíveis, lançado em 2011 pelo Ministério da Saúde. Durante a manhã de sábado (24), na praça 9 de Julho e no Calçadão da Maffei, estudantes vinculados à Liga de Oncologia e à Liga de Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia ofereceram orientações, entregaram panfletos e aplicaram questionário para as mulheres. Também fizeram aferição da pressão arterial para todos os interessados.

Conforme uma das professoras responsáveis pelas atividades de extensão da graduação, a médica Cláudia Álvares Calvo Alessi, a ação surgiu da iniciativa das ligas e seus preceptores, os médicos André Genaro e Fernando Valejo. Seguindo o que preconiza o ministério, disse que o exame preventivo deve ser feito a partir dos 25 anos de idade e seguir até os 64, pelo menos a cada dois anos ou até de três em três anos diante de pelo menos dois exames negativos, realizados consecutivamente. A presidente da Liga de Oncologia, Ianara Passos, reforça que a orientação pode ajudar a reduzir a incidência dessa doença.  Marcella Cardoso Gonçalves comentou que ter acesso à população é um ganho na formação profissional.

A presidente da Liga de Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, Rafaela Alias Horta, disse que a campanha preventiva se torna relevante diante do fato de que muitas mulheres ainda desconhecem a necessidade de prevenção do câncer de colo do útero, conforme as organizações de saúde têm constatado em todo país. “Hoje, a maioria das mulheres que conversei desconhece esse tipo de câncer e não sabe como faz o exame. Tem ainda as que sabem, mas não fazem. Então, essa campanha é necessária”, comentou. “As pessoas precisam realmente de instruções e para nós, estudantes, atuar em uma campanha como essa, reforça o compromisso de humanização da saúde e conceito de universidade, que é o de atender a todos”, disse Mariana Guerra Gonçalves.

Recém-chegada de Livramento, na Bahia, na condição de estudante pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), Juliane Silva Neves contou que fez uma avaliação e foi aprovada para ingressar na Liga de Oncologia.  Para ela, foi muito interessante fazer parte da equipe que aplicou um questionário com 18 perguntas. “Estou aqui há pouco tempo, mas posso afirmar que estou em uma excelente universidade, com excelentes professores, bons laboratórios e a oportunidade de fazer atividade de campo, junto à população”, pontuou. Além de questões para identificação pessoal, o questionário abordou questões específicas em relação à doença, tais como o que é Papanicolau, se já fez o exame e com qual frequência; o que é HPV (vírus papiloma humano), uma infecção sexualmente transmissível que pode causar lesões no colo do útero e progredir para o câncer.

A técnica em podologia Pâmela Roberta Balduino Henrique, que mora em Osvaldo Cruz (SP), é casada em tem dois filhos, contou que já tinha ouvido falar sobre a doença, mas ainda não tinha se interessado sobre o assunto e que, ao responder o questionário, permitiu se inteirar um pouco mais. Classificou a ação como sendo muito importante. O aposentado e vendedor de bilhetes de loteria, Jovis Zanelli de Mello, aferiu a pressão arterial, que estava em 14x08, elogiou a ação da Unoeste e disse que pela primeira vez em 80 anos recebeu atendimento de saúde em uma praça.