Bullying também é preocupação docente no ensino superior
Pesquisador aconselha professor a ter uma postura de abertura para o diálogo e especialmente para escutar

O bullying escolar atinge todos os níveis de ensino, de tal forma a ser também uma aflição docente no ensino superior. Uma preocupação no sentido de combate a comportamentos agressivos e antissociais, intencionais e repetitivos. Ações que são mais comumente praticadas entre alunos, mas que podem atingir toda comunidade estudantil, incluindo professores e funcionários. São dores, angústias e sofrimentos capazes de gerar diferentes transtornos psicológicos e de até provocar a morte por suicídio. Situações que também estão entre os fatores geradores da evasão ou do abandono escolar.
O pesquisador Dr. Marcos Vinicius Francisco vem estudando o bullying há mais de dez anos, desde a sua graduação em educação física, quando fez iniciação científica. Depois trabalhou a temática mais profundamente no mestrado e doutorado, tornando-se um especialista no assunto, frequentemente convidado para palestras dirigidas a professores, no sentido de terem conhecimento suficiente para intervir frente a difusão de tais ocorrências. Francisco está vinculado ao Programa de Mestrado em Educação da Unoeste, na condição de professor e coordenador, além de lecionar em alguns cursos de graduação.
Durante a manhã desta quinta-feira (16), no Auditório Azaleia, o especialista em bullying palestrou para professores e coordenadores de diferentes cursos, incluindo ainda alguns alunos do mestrado em Educação, a convite das pró-reitorias Acadêmica e de Pesquisa e Pós-graduação. A exposição e debate sobre tal fenômeno social fizeram parte das atividades do Núcleo Institucional de Desenvolvimento Pedagógico (Nidep) e do Serviço de Apoio Pedagógico ao Professor (Sapp), junto à Coordenação Pedagógica Institucional.

No ensino básico, o pátio é o espaço no qual o bullying é praticado com mais frequência, na hora do intervalo. No ensino superior, predomina a sala de aula. Na mídia, muitas vezes o conceito de bullying é banalizado, quando tratado como outras dimensões de violência, a exemplo do racismo e da homofobia. Ao pontuar avanços nos estudos e os desafios para o ensino superior, o especialista disse que o não reconhecimento da diversidade, em uma perspectiva de etnocentrismo, ocasiona situações de violência, ódio e morte.
Para Francisco, no papel do professor cabe contribuir para que a violência não seja naturalizada; atuar na valorização das dimensões humanas, com abertura para o diálogo e o processo de escuta; promover a dimensão social pela qual um reconheça a importância do outro; e criar um ambiente confortável para que cada aluno sinta prazer no aprendizado. Os agentes educacionais devem estar abertos às possibilidades de dialogarem e pensarem em formas de enfretamento; e promoverem encaminhamentos de casos para profissionais do Serviço Universitário de Apoio Psicopedagógico (Suapp).
“Toda ação tem que ser coletiva; assumida pelo curso e os respectivos atores”, afirmou Francisco. A coordenadora pedagógica institucional, Aparecida Darcy Alessi Delfim, avaliou o encontro como momento de grandes reflexões para os profissionais que têm o seu dia a dia focado em relações humanas. Contou que a iniciativa de realizar a palestra surgiu do interesse de professores e alunos, manifestado nas avalições internas dos cursos.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste