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Estudo analisa controle biológico do nematoide em tomateiro

Utilização de bactérias de raízes se mostram mais eficientes no pós-plantio em relação ao pré-plantio


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Foto: João Paulo Barbosa Estudo analisa controle biológico do nematoide em tomateiro
Lorrayne: estudo sobre controle biológico em tomateiro

Entre os principais problemas das lavouras de tomate estão os nematoides, que são parasitos inviabilizadores da produção e até mesmo do cultivo em áreas infestadas. Historicamente, nesta e em outras culturas são feitos controles químicos que podem desencadear graves problemas de saúde. Situação que tem mobilizado pesquisadores pelo mundo afora, empenhados no desenvolvimento de controles biológicos. Neste contexto, experimentos científicos realizados na Unoeste apontam bons resultados com a utilização das rizobactérias (bactérias de raízes) no plantio da muda de tomate.
 
Diante da revisão de literatura científica elaborada pela autora do estudo, a engenheira agrônoma Lorrayne Guimarães Bavaresco, houve a constatação de que a busca do controle tem ocorrido durante as plantas em crescimento. Então, por sugestão do orientador Dr. Fábio Fernando de Araújo, houve a iniciativa de fazer dois experimentos, ambos com a aplicação de rizobactérias já no momento do plantio de duas variedades: Kátia e BS DI0038, cedidas pela empresa Blue Seeds, produtora de sementes.
 
Um experimento utilizou o cultivo em substrato esterilizado com a inoculação de 5 mil ovos do nematoide da espécie Meloidogyne incógnita. Outro ocorreu com a utilização de solo arenoso naturalmente infestado por nematoides das galhas.  Ambos foram conduzidos em câmaras de crescimento de plantas, no Laboratório de Biologia do Solo, mantido pela universidade no campus II. Os resultados foram bons em ambos os casos. Porém, os mais significativos foram com o substrato esterilizado.
 
A autora diz que a aplicação da rizobactéria Bacillus subtilis em pós-plantio (no substrato), aumentou em 142% a massa fresca radicular do cultivar BS DI0038, em relação ao grupo controle no qual as mudas foram mantidas naturalmente, sem qualquer tratamento especial. A aplicação da rizobactéria também em pós-plantio reduziu em média 45% do número de formas ativas de nematoides do tomateiro. As aplicações em pré e pós-plantio reduziram em 60% o número de ovos de nematoides.
 
“A atividade da guaiacol peroxidase que é a enzima relacionada ao estresse biótico [seres vivos e suas relações] e abiótico [elementos não vivos do ambiente], foi reduzida em 34% nas folhas do tomateiro cultivar Kátia, quando a rizobactéria foi aplicada em pré plantio; e 64% em pós plantio”, conta Lorrayne em relação a  análise bioquímica. As demais análises foram sobre o sistema radicular, para constatar a presença de nematoide; nutricional e foliar; crescimento (altura) e colonização de rizobactéria no solo; e na rizosfera que é a região onde o solo e as raízes das plantas entram em contato.
 
Foto: João Paulo Barbosa Lorrayne com o orientador Araújo e os examinadores Rita e Dias
Lorrayne com o orientador Araújo e os examinadores Rita e Dias

Na defesa pública da dissertação produzida com os dados da pesquisa, os avaliadores doutores Waldir Pereira Dias e Rita de Cássia Lima Mazzuchelli enalteceram a importância do estudo capaz de contribuir com a busca de solução para erradicar ou suavizar os nematoides neste segmento de relevância do agronegócio brasileiro que é a produção de tomate concentrada em três estados: Goiás, Minas Gerais e São Paulo, sendo que a região de Presidente Prudente teve produção mais expressiva durante os 18 anos que cidade teve uma unidade industrial da Cica, de 1974 a 1992.
  
Atualmente, entre as produções mais expressivas da região estão as de Álvares Machado e Presidente Bernardes. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Machado possui 110 hectares de área plantada e colhe por safra mais de 5 mil toneladas; e Bernardes, com 48 hectares e 2,6 mil toneladas. A primeira colheita é destinada ao comércio in natura e as demais são encaminhadas para industrialização, com duas potenciais compradoras mais próximas que são Bebidas Asteca de Prudente e Alimentos Wilson de Regente Feijó.
 
Com larga experiência em lavouras de soja, Dias afirma que o controle biológico é uma realidade e conta que, nesse sentido, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem sido muito procurada por empresas e produtores. Vinculado à Embrapa Soja de Londrina (PR), Dias propõe estudos colaborativos com a Unoeste, junto a Fábio Araújo que, na linha de pesquisa com utilização de rizobactérias, está entre os pesquisadores brasileiros mais referenciados em trabalhos científicos utilizando Bacillus subtilis, sendo que em busca no Google aparecem 83,4 mil resultados.
 
Conforme Araújo, esse expressivo número valoriza o nome da Unoeste e o trabalho que vem desenvolvendo há 22 anos. Comenta que já existem alguns produtos similares para o mercado, produzidos com outras bactérias e no aguardo de registros no Ministério da Agricultura. Araújo chama a atenção para o fato de que o controle biológico é sustentável e de baixo custo, que não se limita as doenças causadas por nematoides, mas em várias outras situações, a exemplo do estresse ambiental.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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