Congresso discute impacto de microplásticos à saúde
Professora destaca a urgência de uma abordagem integrada para enfrentar os desafios impostos pelos resíduos

Realizado pela Universidade de Salamanca, na Espanha, o XXVII Congresso Internacional de História dos Direitos Humanos celebrou 27 anos de intercâmbio acadêmico e discussão de temas relevantes. O evento contou com a participação de oradores de diversas partes do mundo, promovendo debates sobre questões fundamentais relacionadas aos direitos humanos.
Entre os representantes brasileiros, a professora Paula Carpes Victório, toxicologista, advogada, farmacêutica e bioquímica da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), chamou a atenção para a crescente preocupação com os microplásticos e seus efeitos sobre a saúde humana. Sua apresentação trouxe à tona questões cruciais sobre como a contaminação por essas partículas pode impactar a saúde pública.
Riscos à Saúde
Os microplásticos, definidos como partículas de plástico com menos de cinco milímetros, surgem tanto da degradação de produtos plásticos maiores quanto da fabricação direta em tamanhos reduzidos. Sua presença em oceanos, rios e solos levanta preocupações ambientais sérias, uma vez que esses fragmentos não apenas poluem, mas também entram na cadeia alimentar, afetando diretamente a saúde de seres humanos e outras espécies.
Estudos recentes sugerem que a exposição prolongada a esses poluentes pode provocar sérios problemas de saúde, incluindo inflamações, disfunções hormonais e até efeitos carcinogênicos. "Embora os dados sobre os efeitos a longo prazo ainda sejam limitados, os indícios são alarmantes e requerem atenção imediata", alerta a professora.
Ela ainda enfatiza que para mitigar os riscos de contaminação, deve haver a colaboração entre diferentes setores. “O problema deve ser enfrentado urgentemente e envolve o esforço da comunidade científica por meio da Pesquisa, da população destinando corretamente os recicláveis e diminuindo seu consumo e também do poder público criando normas legais e diretrizes”, conclui.
Pesquisa
Conduzida por Carpes, a pesquisa é de natureza exploratória e descritiva, utilizando dados de diversas fontes, incluindo artigos acadêmicos e tratados internacionais. Em seu trabalho, ela analisa não apenas os impactos dos microplásticos na saúde, mas também as lacunas nas políticas públicas existentes e as medidas que poderiam ser adotadas para mitigar os riscos.
Um dos pontos centrais da discussão foi a crítica à regulamentação atual. A professora observou que, apesar de algumas legislações abordarem a proibição de microesferas em cosméticos, as fontes de microplásticos são amplas e muitas vezes negligenciadas. Essa análise destaca a necessidade de uma abordagem mais abrangente e integrada para enfrentar esse desafio emergente.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste