Workshop permite aprimorar entendimento sobre doenças raras
Novos conhecimentos são difundidos em relação ao grupo das Imunodeficiências Secundárias que requer melhor percepção
Voltado para difundir conhecimento entre profissionais da área da saúde sobre um grupo de doenças raras chamadas de Imunodeficiências Secundárias (IDS), o 3º Workshop de Imunodeficiências Secundárias do Oeste Paulista teve palestras de sete especialistas.
A realização da Unoeste e Unilab Medicina Diagnóstica ocorreu durante a manhã de sábado (22) em sala de aula da Sociedade de Medicina de Presidente Prudente, com 30 participantes: médicos, enfermeiros e psicóloga.
Entre os organizadores esteve o professor doutor Luiz Euribel Prestes Carneiro que atua na Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp/Unoeste) e nas pós-graduações stricto sensu em Ciências da Saúde e Meio Ambiente.
Conforme explica, por serem de baixa prevalência na população as IDS muitas vezes passam despercebidas pela maioria dos médicos, atrasando o diagnóstico e comprometendo a saúde do paciente.
Acontecem cada vez em maior número, devido a disfunção do sistema imunológico por fatores extrínsecos, isto é: adquiridos ao longo da vida. A IDS é até 30 vezes mais comum do que as Imunodeficiências Primárias, que decorrem de defeito genético.
Variadas causas
As IDSs podem ocorrer como consequência de malignidades hematológicas, doenças autoimunes, terapias com medicamentos imunossupressores, desnutrição, distúrbios metabólicos, infecções crônicas e traumas graves.
“Além disso, as IDSs estão se tornando cada vez mais comuns à medida que novas terapias se tornam disponíveis. Vários mecanismos as induzem. Entre as mais frequentes estão as doenças sanguíneas”, explica.
O Dr. Euribel faz referências às doenças onco-hematológicas: leucemia linfocítica crônica (LLC), mieloma múltiplo (MM), doença de Hodgkin e linfoma não Hodgkin (LNH); doença do enxerto contra o hospedeiro; anemia aplásica e doença falciforme.
Comenta que com o envelhecimento da população mundial e a probabilidade cada vez maior de o individuo vir a ter um câncer, especialmente de medula óssea, um número cada vez maior de novos medicamentos são disponibilizados.
Medicamentos das chamadas terapias alvo, com agentes biológicos que atuam diretamente contra as células tumorais e que são drogas extremamente imunossupressoras, deixando o paciente vulnerável a múltiplas infecções graves e a morte.
Atenção fundamental
“Nesses casos, a imunossupressão deve ser identificada e tratada o mais precocemente possível”, pontua e afirma ser fundamental que os médicos de diferentes especialidades, que usam essas drogas, estejam atentos.
Atenção para que saibam diagnosticar precocemente esses quadros e encaminhar os pacientes aos serviços especializados de imunologia. Portanto, os médicos do público do workshop foram os que tratam seus pacientes com essas medicações.
São medicações que podem causar imunossupressão durante ou após o tratamento com hematologistas, oncologistas, pediatras, nefrologistas, reumatologistas, imunologistas, infectologistas, gastroenterologistas e pneumologistas.
Entre os palestrantes estiveram diferentes especialistas. O médico Pedro Henrique Meireles Vieira, que atua no Hospital Regional e Unoeste, falou sobre “A importância no diagnóstico e o aumento global no número de IDS”.
O médico infectologista Luiz Euribel falou em dois momentos: sobre “Como fazer o rastreamento desses pacientes dentro de nossa realidade” e sobre “ Reposição de imunoglobulinas em IDS: sistema público e privado, realidade e desafios”.
Admirável mundo
O médico Fábio Cegatto Martins, de Dracena, falou sobre “As IDSs nas doenças autoimunes com ênfase em reumatologia”. A médica Paula Carrilho, da Oncoclínicas, abordou “Doenças onco-hematológicas e IDS, Anticorpos biespecíficos e CART-cells: o admirável mundo novo”.
Equipe de enfermagem da Unimed de Presidente Prudente fez abordagem sobre o seguinte tema: “Segurança, efetividade e desafios na reposição de imunoglobulinas: Um olhar multidisciplinar”.
A médica Luciana Kelly de Camargos Batista, falou sobre “Nefropatias e IDS”. A psicóloga Rosemeire Carvalho, do Instituto de Psiquiatria, discorreu sobre o tema “IDS e saúde mental: estamos fazendo a coisa certa?”.
Na fala da psicóloga foi exposto que o diagnóstico de doenças raras tem importantes impactos sociais, incluindo isolamento social e emocional devido à incompreensão, desigualdade e exclusão social, em especial em educação e trabalho.
Há ainda nesse contexto a precarização financeira para famílias que arcam com altos custos de tratamento e perda de rendimento profissional; e a falta de diagnóstico leva a um sentimento de incerteza constante e pode afetar profundamente a saúde mental dos pacientes.
Além do Dr. Euribel – que manifestou emoção em realizar o 3º Workshop de Imunodeficiências Secundárias do Oeste Paulista – e Rosimeire, a organização do evento envolveu os médicos Paula Carrilho, Vanderlei Gimenez e João Pedro Roque.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste