Guarujá lança programa “Livre da Tuberculose”
Evento realizado na Unoeste reuniu especialistas, autoridades e sociedade civil para discutir estratégias de combate à doença

O combate à tuberculose ganhou um novo capítulo em Guarujá nesta quinta-feira (14) com o lançamento do programa “Guarujá Livre da Tuberculose”, iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) para intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento. O evento foi realizado na Unoeste Guarujá e reuniu autoridades, profissionais da saúde, pesquisadores e representantes da sociedade civil.
O ponto alto foi a participação do professor Dr. Jason Andrews, médico e pesquisador da Universidade de Stanford (EUA), referência internacional em tuberculose e saúde global. Em sua palestra, Andrews destacou a importância da integração entre ciência, políticas públicas e apoio social.
“O Brasil é destaque no combate à tuberculose em pessoas em situação de vulnerabilidade. Acredito que o apoio social, a ciência e o avanço da tecnologia são grandes aliados para enfrentarmos a doença”, afirmou.
Panorama e desafios no Guarujá
A abertura oficial foi conduzida pelo secretário municipal de Saúde, Fábio Mesquita, que ressaltou a ambição da iniciativa.
“Hoje temos o privilégio de realizar este fórum e lançar a campanha ‘Guarujá Sem Tuberculose’. Pode parecer ousado, mas é assim que chegamos a algum lugar e vamos alcançar nossa meta”.
Na sequência, a enfermeira Ana Cléia Lorenço, pioneira no combate à doença no município, apresentou um panorama histórico e reforçou a necessidade de mobilização regional.
“O Guarujá começou essa jornada de investigação, mas precisamos que toda a Baixada faça essa caminhada com a gente”, afirmou.
A médica infectologista Evelyn Lepka de Lima, coordenadora do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, apresentou os pilares do novo plano estratégico. Ela destacou o cenário preocupante:
“O Guarujá tem cerca de 125 a 130 casos por 100 mil habitantes, uma incidência quase três vezes maior que a média do Estado e o dobro da nacional. A mortalidade chega a ser três vezes maior que a registrada em São Paulo. Enfrentamos também uma taxa de abandono muito alta, um problema estrutural que precisamos resolver”.
Segundo Evelyn, as ações previstas incluem reorganização da rede de atendimento, ampliação do diagnóstico precoce, uso de novas tecnologias e qualificação contínua das equipes.
“Queremos fortalecer nossa capacidade de resposta, reduzir o abandono do tratamento e melhorar a gestão dos atendimentos”, pontuou.
O evento também marcou o início de um conjunto de medidas que serão intensificadas ao longo do programa, como campanhas educativas, parcerias com instituições de pesquisa e treinamento especializado para os profissionais da rede municipal.
Ainda durante o fórum, o coordenador administrativo do curso de Medicina da Unoeste Guarujá, Dr. Geraldo Alécio de Oliveira, ressaltou a importância da parceria com a Prefeitura. “Fico feliz pelo caminho que Guarujá está tomando. Para nós, como universidade, é uma grande honra participar de todo esse processo”, acrescenta.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste