Estudo orienta atenção ao trabalhador da saúde pós-pandemia
Dados investigados em revisão sistemática da literatura reforçam a necessidade de monitoramento clínico e funcional

Estudo constata que profissionais de saúde podem apresentar manifestações musculoesqueléticas persistentes após infecção por Covid-19 ou vacinação, com impacto funcional variável.
Conclusão que inclui informações de que, apesar das limitações metodológicas e ausência de dados sobre incapacidade prolongada, os achados reforçam a necessidade de monitoramento clínico e funcional dos trabalhadores no período pós-pandêmico.
Realizado pelo médico Marco Antônio Souza Pontes, o estudo foi orientado pelo professor doutor Wilson Romero Nakagaki, com a coorientação da professora doutora Ana Clara Campagnolo Gonçalves Toledo.
O estudo foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado. A avaliação foi on-line. A avaliadora interna foi a professora doutora Rogéria Keller.
Altamente expostos
A avaliação externa foi da professora doutora Flávia da Ré Guerra, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal). O médico Marco Antônio foi aprovado para receber o título de Mestre em Ciências da Saúde.
A elaboração da pesquisa contou com a contribuição das seguintes colaboradoras: Bruna Girotto Dornelas, Maria Eduarda dos Santos Rodenas, Lisse Veronica Rocha Salazar e Indyra Ferreira de Lucena.
A produção da pesquisa levou em consideração o fato de que profissionais de saúde estiveram altamente expostos à infecção por Covid-19 e à administração de vacinas durante a pandemia do coronavírus.
Outro aspecto é o de que, além dos efeitos sistêmicos conhecidos, têm sido relatadas queixas musculoesqueléticas como mialgia, fadiga, dor articular e rigidez, possivelmente associadas tanto à infecção quanto à resposta vacinal.
“Essas alterações podem comprometer a capacidade funcional e a qualidade de vida desses trabalhadores”, diz o autor da dissertação “Prevalência de sequelas pós-Covid-19 no aparelho locomotor de profissionais da saúde: revisão sistemática da literatura”.
Disfunções motoras
O objetivo foi investigar a prevalência, os tipos de tecidos acometidos, as regiões corporais mais afetadas e as disfunções motoras associadas a sequelas musculoesqueléticas em profissionais de saúde que tiveram Covid-19 ou apresentaram efeitos adversos após a vacinação.
A revisão sistemática ocorreu nas bases PubMed, Embase e Web of Science, Scielo, Cochrane e Lilacs. Foram incluídos estudos que avaliaram profissionais de saúde com diagnóstico confirmado de Covid-19, que apresentaram sequelas musculoesqueléticas.
A triagem foi realizada por cinco revisores independentes utilizando o software Rayyan. A extração dos dados foi conduzida por formulário padronizado, e a qualidade metodológica avaliada pela escala de Newcastle-Ottawa adaptada.
Foram utilizados cinco estudos publicados entre 2021 e 2023, totalizando 2.887 participantes, majoritariamente mulheres. Os estudos foram conduzidos em países como Holanda, Estados Unidos, Etiópia, Suécia e Nepal.
Principais queixas
As principais queixas foram mialgia, rigidez articular, espasmos e dor local, com destaque para as regiões do pescoço, costas e ombros. A intensidade da dor variou de leve a moderada (3 a 4 na escala visual da dor).
Três estudos avaliaram efeitos adversos musculoesqueléticos após vacinação, identificando dor local, limitação funcional e casos de bursite subacromial e tendinite diagnosticados por ultrassonografia.
Os sintomas tiveram duração média entre 4 horas e 7 dias. A qualidade metodológica dos estudos foi considerada moderada. No resumo formulado pelo autor do estudo, surgiu a conclusão que inclui a necessidade de monitoramento clínico e funcional.
Dentre outras atuações, o Dr. Marco Antônio Souza Pontes é preceptor, no Hospital Santo Amaro, dos alunos do 6º ano da Faculdade de Medicina da Unoeste em Guarujá. Função que compreende o elo entre o ensino teórico e a prática profissional.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste