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Minicontos em Libras são ferramentas pedagógicas eficazes

Estudo científico constata benefícios para surdos, com notoriedade ao desenvolvimento linguístico, cultural e identitário 


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Foto: Homéro Ferreira Minicontos em Libras são ferramentas pedagógicas eficazes
Mayara, a autora do estudo com aprovação para receber o título de Mestre em Educação, entre a avaliadora Dra. Raquel e o orientador Dr. Felipe

Considerando a importância da literatura surda, que utiliza o texto literário produzido em sinais; estudo científico verifica que minicontos em Libras – a linguagem brasileira de sinais – são ferramentas pedagógicas eficazes.

Durante a defesa pública da dissertação “Análise documental de minicontos em Libras”, os avaliadores enalteceram a pesquisa inédita e inovadora, na qual foi possível constatar os benefícios na ajuda ao desenvolvimento linguístico, cultural e identitário.

O estudo foi desenvolvido pela especialista em Libras e que atua na rede estadual de ensino como interlocutora desta linguagem de sinais, professora Mayara Vilela Pontara, orientada pelo professor doutor Felipe Viegas Rodrigues.

A avaliação da dissertação foi feita pela Dra. Raquel Rosan Christino Gitahy, na condição de membro interno do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE), pelo qual a Unoeste oferece mestrado, doutorado e pós-doutorado.

O avaliador externo foi o Dr. Denner Dias Barros, professor do departamento de Matemática do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, da Universidade de São Paulo (ICMC/USP); especialista em educação especial e inclusiva.

Dissertação aprovada 

Os processos de produção da pesquisa e elaboração da dissertação, aprovada para que a professora Mayara receba o título de Mestre em Educação, contou a coorientação da Dra. Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos.

A autora levou em consideração a importância da literatura surda para a identidade cultural e linguística; a escassez de materiais pedagógicos em Libras; e os desafios de acessibilidade e inclusão no ensino bilíngue.

Ao eleger o miniconto como gênero literário, traçou comparativos com ouros gêneros – conto, fábula e lenda – que a levaram à escolha mais apropriada, por se tratar de uma narrativa breve, concisa de excelente impacto e reflexão.

A pergunta problema da pesquisa foi voltada à busca de entendimento sobre estratégias visuais e recursos tecnológicos favoráveis à tradução eficaz e aprendizagem autônoma. O que induziu as formulações dos objetivos geral e específicos.

O geral foi levantar e organizar produções acadêmicas, materiais teóricos e registros legais sobre adaptação, tradução e produção de minicontos em Libras. Os específicos foram cinco, começando com análise de documentos sobre a temática. 

Relevância acadêmica 

Os demais objetivos específicos foram classificar os materiais encontrados; apontar elementos recorrentes sobre visualidade e aspectos linguísticos nas adaptações para Libras; e oferecer contribuição sobre a produção de minicontos em Libras.

A metodologia aplicada compreendeu a abordagem qualitativa e os empregos das técnicas de análise documental; e categorização em identidade, visualidade, políticas inclusivas e práticas bilíngues.

Outra técnica foi a de comparação e interpretação, para formular uma síntese dos achados diante da escassez de produções originais, da diversidade e potencial pedagógico. O recorte temporal compreendeu o período de 2019 a 2025.

A proposta foi encontrar produção de relevância acadêmica e cultural em diferentes fontes, incluindo a biblioteca eletrônica SciELO e publicações científicas junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).  

Como parte dos principais resultados das buscas, foram identificados 32 documentos acadêmicos sobre minicontos em Libras, dos quais foram selecionados quatro vídeos postados na plataforma de compartilhamentos YouTube.

Pontos altos da pesquisa 

Nos achados predominaram adaptações de contos clássicos; diferentes estratégias visuais, tais como interprete e cenário; pouca produção original surda; vídeos com mais de 1 milhão de visualizações; e produções bilíngues como ferramentas de inclusão.

Foram selecionados os vídeos com melhor qualidade visual, fidelidade a Libras e potencial pedagógico; acessibilidade (legenda) e engajamento real (milhares de visualizações); e com diferentes abordagens narrativas e estéticas.

Conforme a autora, os pontos altos da pesquisa compreenderam a relevância social, ao garantir voz à comunidade surda; a originalidade, através da sistematização dos materiais dispersos; e da análise da produção em Libras. 

Ainda como ponto alto; constaram a contribuição acadêmica, com a proposta de um framework (estrutura guia) teórico para análise de minicontos em Libras; e o impacto cultural por reforçar a identidade e memória da comunidade surda.

A professora Mayra oferece em sua dissertação recomendações de incentivo à criação original de minicontos pela comunidade surda; e o fortalecimento de parcerias entre universidades e instituições culturais.

Exploração de tecnologias 

Também sugere a exploração de tecnologias digitais no YouTube, redes sociais e aplicativos; e investimentos em políticas públicas de incentivo à literatura surda como instrumento de alto potencial de alcance e impacto.

A autora do estudo foi parabenizada pelos componentes da banca, incluindo avaliadores e orientador, com destaques à relevância do tema e ao potencial de escrita. Também manifestaram estímulo para que ingresse no doutorado.

Formada em sociologia, pedagogia, história e letras, Mayara está cursando fonoaudiologia. Manifestou intenção de fazer doutorado e afirmou que o mestrado elevou consideravelmente os seus conhecimentos. 

Como professora, atua na Escola Estadual de Ensino Integral Professora Anna de Mello Castriani, no município de Regente Feijó. Atualmente acompanha, na condição de interlocutora, a aluna Maria Clara em todas as aulas do 6º ano do ensino fundamental.

A realização da banca de defesa pública de dissertação consistiu na primeira com a orientação do Dr. Felipe no PPGE da Unoeste, sendo cumprimentado e parabenizado pelos avaliadores Dra. Raquel e Dr. Denner.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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