Aluna soma 15 artigos em revistas internacionais só em 2025
Milene Vitória Sampaio Sobral, do 7º termo de Medicina na Unoeste, acumula publicações científicas e conseguiu bolsa da Fapesp para estudo sobre insuficiência cardíaca

As conquistas recentes da estudante Milene Vitória Sampaio Sobral, do 7º termo de Medicina, comprovam o sucesso do trabalho que vem desenvolvendo para fazer a diferença no mundo por meio da ciência. Só este ano, Milene acumula 15 publicações de artigos em revistas científicas internacionais e 14 no PubMed, base de dados referência na área médica.
Mas a história dela com a pesquisa não se resume a isso: ela já apresentou trabalhos em congressos nacionais e internacionais, como o Congresso Europeu de Neurologia, o Congresso Europeu de Cardiologia, o Congresso Americano de Ginecologia, o Congresso Brasileiro de Ginecologia, e se prepara para participar do Congresso Brasileiro de Cardiologia, em setembro. Ah, tem mais: recebeu recentemente convite para palestrar no Japão, na Conferência Internacional de Ginecologia e Saúde da Mulher. Sem contar uma bolsa conquistada na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para um estudo que começou este ano.
A relação dela com a pesquisa científica no curso de Medicina “floresceu” durante o 3º termo. “Vi nas redes sociais um curso de pesquisa científica. Comecei esse curso em setembro e em dezembro, consegui fazer meu primeiro artigo. Já submeti em março e aí, tive meu primeiro aceite”, relembra a estudante de 23 anos.
Natural de Mirante do Paranapanema, Milene teve uma passagem pelo curso de Enfermagem antes de entrar em Medicina. Mas naquela época, já sentia vontade de mudar, o que aconteceu dois anos depois. Bolsista do Programa Universidade para Todos (Prouni), o sonho de ser médica vem de 2006.
“Nessa época, minha avó morreu de mieloma múltiplo, uma doença que tinha poucos tratamentos disponíveis”, conta. O mieloma múltiplo é um tipo de câncer, que ocorre em células do sangue chamadas plasmócitos, produzidas na medula óssea.
Ver o que a avó passou trouxe uma primeira inquietação, a curiosidade por querer aprender mais e descobrir o que poderia ser feito para tentar resolver esse tipo de problema de saúde. Suas pesquisas e campos de interesse são amplos: cardiologia, neurologia, dermatologia, ginecologia, entre outros.
“Eu sempre quis ser médica. Essa vontade nasceu comigo. Foi Deus quem me escolheu para a medicina. O momento que vivi a situação com a minha vó, naquele período de doença, fez eu ter certeza que era isso que queria para minha vida”, comenta.
Bolsa da Fapesp
A conquista da bolsa de estudos pela Fapesp veio no ano passado. Com o apoio da professora doutora Francis Lopes Pacagnelli, Milene se candidatou e agora, desenvolve um trabalho de meta-análise sobre eficácia de exercícios físicos em casos de insuficiência cardíaca.
“Foi uma grande vitória. Sempre que enviamos, há algum ajuste no projeto que os revisores sugerem, mas dessa vez, isso não aconteceu! Ele já foi aprovado”, comenta.
Ela começou os trabalhos desta pesquisa neste primeiro semestre e agora, vem atuando para criar uma espécie de “ranking” sobre quais exercícios são melhores quando o assunto é eficiência cardíaca.
“Já sabemos que exercícios fazem bem, mas ainda não sabemos qual é melhor para reabilitação de um paciente, por exemplo. O aeróbico é melhor? O HIIT? Terminamos umas etapas cruciais agora e a gente vai partir para a meta-análise, que é agrupar os dados. Todos estudos fornecem dados de forma isolada e a gente vai tentar agrupar eles para ter uma grande amostra de população e conseguir ter um resultado mais confiável”, comenta.
Com isso, será possível identificar qual exercício é mais adequado dentro das necessidades de cada pessoa. “É muito importante a gente ter esse tipo de trabalho para conseguir nortear os profissionais de saúde”, explica.
Para a professora Francis, a importância desse envolvimento com pesquisas desde a graduação faz desenvolver o pensamento crítico, reflexivo com aplicação dessas na prática profissional.
“Por meio dela, é possível saber identificar perguntas importantes para o tratamento de diversas condições dos pacientes e propor por meio de revisões sistemáticas as melhores evidências para o tratamento. A pesquisa também auxilia na interação com diversos pesquisadores criando uma rede colaborativa. Amplia e diferencia o acadêmico e o prepara para a profissão com embasamentos sólidos, contribuindo para melhorar a saúde da população.
Na pesquisa da Fapesp, Milene tem parceria com especialistas internacionais:
- Mariano Gallo Ruelas, estatístico do Instituto de Investigação Nutricional, Peru;
- Dr. Rhanderson Cardoso, cardiologista da Universidade de Harvard, Estados Unidos;
- Dr. Christian Bittencourt Soares de Oliveira, fisioterapeuta da Universidade de Sydney, Austrália;
- Dr. Jason Neil Katz, cardiologista da Universidade de Nova York, EUA.
Como começar a pesquisar?
A Milene destaca que pesquisar exige que você tenha a curiosidade como ponto de partida. Mas além disso, entender que ela é um processo diário.
“Estar conversando sempre, buscando experiências, pesquisando em manuais, se atualizar... Isso possibilita com que você seja melhor a cada dia dentro do campo da pesquisa e seja reconhecido. Os resultados não são imediatos, mas é preciso estar disposto a vivenciar o processo, cada momento”, comenta.
Nesse cenário, os orientadores são fundamentais – além da Francis (fisioterapia cardiorrespiratória), também teve auxílio dos ginecologistas Fernando Augusto Barreiros e Marina Ayabe, do pneumologista Guilherme Zimmerer Lorentz, do cardiologista Mozart Alves Gonçalves Filho e da hematologista Rebeca Carvalho Bressa.
Além disso, conta com outras parcerias:
- Veronica Alvarez-Galiana, professora assistente, Universidade de Miami, EUA;
- Lubna Al-Sharif: chefe do Departamento de Gerenciamento de Dados e Redação Médica, Universidade Nacional An-Najah, na Palestina.
- Issa Salha, estudante de medicina, Trinity College Dublin, Irlanda
Novos interesses
Além de todas essas frentes, Milene está na revisão de dois trabalhos (um sobre esclerose múltipla e outro sobre parada cardíaca). Outro está em andamento sobre insuficiência de válvula aórtica. Além disso, têm atuado para revisão de papers de outros autores para revistas científicas.
Por enquanto, as pesquisas continuam e também começa a surgir um interesse mais latente na vida dela: a espiritualidade. “Essa é uma disciplina que temos na faculdade e eu quero tentar mostrar a importância da espiritualidade para pacientes, principalmente na melhoria da qualidade de vida para pacientes oncológicos, terminais... Mas ainda estou precisando delinear”, destaca.
Vestibular Medicina
Se você quer ter experiências como as da Milene, o Vestibular de Medicina da Unoeste está com inscrições abertas! Em Presidente Prudente, tem novidade: dá para disputar uma vaga com a nota do Enem!
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste