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Hospital Universitário inaugura Ambulatório de Hipertensão

Serviço terá início em junho e contará com equipe multidisciplinar; doença faz sete milhões de mortes por ano


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Foto: Regina Maia Hospital Universitário inaugura Ambulatório de Hipertensão
Segundo a cardiologista Margaret Assad Cavalcante, a hipertensão é uma doença silenciosa




Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a hipertensão arterial é a principal causa de óbitos na atualidade, sendo responsável por sete milhões de mortes por ano em todo o mundo. No Brasil, ela acomete de 22% a 44% dos adultos, mas, segundo especialistas, há uma grande parcela da população que ainda desconhece ser portadora desse mal.

“A hipertensão é silenciosa, ou seja, sem sintomas aparentes para o paciente, o que dificulta a ele fazer um controle mais efetivo da doença. No Brasil, por exemplo, não temos a estatística de pessoas hipertensas com pressão arterial controlada, enquanto que em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, esse número é baixo, em torno de 27%. Isso é muito grave se considerarmos que a hipertensão é o fator de risco mais importante para doenças coronarianas, insuficiência cardíaca, doenças cérebro-vasculares, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades”, ressalta a cardiologista Margaret Assad Cavalcante, do HU (Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo).

Por isso, para conscientizar a população sobre a seriedade desse tema, e fazer um controle dos fatores desencadeantes da pressão alta, o HU inaugurou, na primeira semana de junho, o Ambulatório Multidisciplinar de Hipertensão. Voltado inicialmente para pacientes encaminhados do próprio hospital, esse serviço disponibilizará atendimento médico multiprofissional com cardiologistas, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, entre outros especialistas, com retornos médicos programados.

“Trabalharemos com um grupo inicial de 48 pacientes até o final do ano. Depois de avaliarmos as respostas ao tratamento, abriremos o ambulatório para toda a população, o que deve acontecer no início de 2006”, informa Cavalcante, que encabeça esse projeto.

De acordo com a médica, o enfoque do tratamento será a mudança dos hábitos de vida do paciente, e, se necessário, associando ao uso de medicamentos:

“Para os casos em que for possível, atuaremos sem a intervenção medicamentosa, pois a intenção é fazer uma reestruturação da vida do hipertenso, fazendo com que ele controle o tabagismo, o diabetes, o estresse, o sedentarismo e a obesidade que elevam pressão. Alguns fatores, como a hereditariedade não podem ser alterados, mas os outros são perfeitamente controláveis”, diz a cardiologista.

Classificação – O último relatório do VII Joint National Comittee para os níveis de pressão arterial estipula para a pressão normal o valor menor que 120mmHg por 80mmHg. O estudo traz também um novo termo de classificação, denominado “pré-hipertensão”, que corresponde à pressão arterial máxima de 120-139mmHg e pressão arterial mínima de 80-89mmHg.

“A fase da ‘pré-hipertensão’ é de alerta para que o médico insira mudanças nos hábitos de vida do paciente, já que com esses níveis pressóricos o risco de se tornar hipertenso é duas vezes maior. Esse é o momento de fazer um controle preventivo, de ficar atento, para que o problema não se acentue”, alerta a médica.

Segundo Cavalcante, os valores maiores que 140-159mmHg para pressão arterial máxima e 90-99mmHg para pressão arterial mínima indicam o primeiro estágio da hipertensão, “o que significa que já nesse momento deve-se começar um tratamento médico direcionado, com mudança dos hábitos de vida”.



Qualidade de vida ajuda a controlar fatores de risco



Tabagismo, obesidade, diabetes, idade acima de 60 anos, histórico familiar de doenças cardiovasculares, estresse, sedentarismo e o uso de algumas drogas antiinflamatórias, antidepressivas e anorexígenas, representam fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão.

Por isso, o tratamento realizado no Ambulatório Multidisciplinar de Hipertensão do HU terá como enfoque o resgate da qualidade de vida do paciente para controle desses fatores, e a conseqüente manutenção de um nível adequado da pressão arterial.

“A multidisciplinariedade desse serviço permitirá ter uma visão ampla do paciente, levando em consideração vários aspectos de sua vida que podem prejudicar sua saúde, como má alimentação, falta de atividade física regular e tensão emocional constante. Assim, o tratamento se torna completo e eficaz”, ressalta a cardiologista Margaret Assad Cavalcante.

Segundo a médica, a pressão arterial pode variar de acordo com a situação e o nível de estresse envolvido no momento:

“Reuniões no trabalho, por exemplo, podem gerar muito estresse e elevar de forma significativa a pressão. Assim, evitar que situações como essa se tornem cotidianas contribuem muito para prevenir ou controlar a hipertensão. Incluir momentos de relaxamento na agenda são de extrema importância para a saúde”, recomenda a cardiologista.



Hipertensão em números:



- Quando não tratada, a hipertensão arterial leva ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares graves, que representam para o nosso país um gasto anual estimado em 400 milhões de dólares, somente em internações.

- Desse total de internações, 15% ocorre pelo SUS (Sistema Único de Saúde), em 80% dos casos por insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico e infarto agudo do miocárdio, advindos da pressão alta.

- Cerca de 40% das mortes por acidente vascular e 25% das doenças arteriais coronarianas estão ligadas à hipertensão.



Tratamento pede mudanças nos hábitos de vida



A cardiologista Margaret Assad Cavalcante dá algumas recomendações de controle da hipertensão, que fazem parte das medidas de prevenção e tratamento da doença. São elas:

- Controle da obesidade (“diminuição do consumo de gorduras”);

- Ingestão de potássio (“encontrado em frutas frescas, como laranja, limão; em vegetais, como brócolis, couve e vagem, e em grãos, como feijão, lentilha e ervilha”);

- Suplementação alimentar de cálcio e magnésio, além da ingestão de fibras;

- Adoção de medidas anti-estresse;

- Descontinuação do tabagismo;

- Controle do diabetes;

- Redução na ingestão de sal (“é recomendado consumir menos de 6g de sal por dia”);

- Controle do alcoolismo: (“consumo diário de álcool deve ser, no máximo, de 30ml para homens e 15ml para mulheres”).

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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