HU tem sistema inédito na região
Código de barras garante maior segurança e evita um dos problemas mais comuns em hospitais: o desvio de medicamentos

Dispensar o medicamento correto, na dose correta, para o paciente correto. Esse é o objetivo do sistema de dispensação por dose unitária e individualizada em funcionamento na Farmácia Central do HU (Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo). Inédito na região, esse programa de farmacovigilância liga cada paciente ao seu medicamento por meio de um sistema informatizado de códigos de barra. Tal inovação diminui a margem de erros na dosagem medicamentosa, afastando possíveis prejuízos financeiros ao hospital e à saúde do paciente.
De acordo com o farmacêutico responsável pela Farmácia Central do HU, Hernani César Barbosa, um dos maiores problemas dentro de hospitais e centros de saúde é o “desvio” de medicamentos que são destinados aos pacientes. Com o sistema de dispensação por dose unitária e individualizada não há esse problema, pois o medicamento sai da farmácia com o nome do paciente na etiqueta, com horário que deve ser administrado e a quantidade prescrita na dose. “O produto sai com destino certo e pronto para ser administrado pelos enfermeiros e auxiliares, o que dificulta desvios, muito comuns em instituições de saúde. Além disso, a saúde do paciente é protegida, pois enquanto o método convencional de liberação de medicamentos prevê uma margem de erro na dose de 11% a 13%, no HU esse índice cai para menos de 1%”, diz Barbosa.
Ele explica que, assim que os medicamentos chegam das indústrias, são avaliados o prazo de validade e as condições em que foram transportados. Em seguida, eles são separados em unidades, reembalados e etiquetados com o código de barra. “Cada comprimido recebe um número diferente, o que facilita o seu rastreamento depois que sai da Farmácia Central. Caso algum produto tenha sido interditado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou ocorra algum problema semelhante, é possível localizar quem o tomou, para que sejam tomadas as providências cabíveis”, diz o farmacêutico.
Doses erradas são problema em hospitais
Na maioria das farmácias hospitalares funciona o sistema convencional de distribuição coletiva de medicamentos. A caixa, com os vários remédios, vai para as enfermarias da maneira que chegam das indústrias. Dessa forma, é mais fácil ocorrer algum erro na administração medicamentosa, pois a dose é preparada na hora. A correria nesses lugares é muito grande, e muitas vezes os auxiliares de enfermagem não têm tempo para checar a validade dos lotes ou verificar a incompatibilidade dos medicamentos prescritos.
No HU, a receita médica de cada paciente é encaminhada direto para a Farmácia Central para que seja feita a análise da medicação. Se por algum motivo o paciente não puder tomar o medicamento, o médico é informado imediatamente para que seja feita a adequação da receita. Isso evita reações adversas no paciente advindas de interação entre medicamentos não compatíveis, além de evitar gastos financeiros ao hospital com a reparação de danos causados à saúde do doente.
Segundo Barbosa, os altos investimentos nessa área – que se resumem a um arsenal tecnológico composto por computadores, impressoras e equipamentos de leitura – são recompensados nos primeiros meses de funcionamento: “Além do controle do estoque, o sistema garante um tratamento seguro para o paciente, o que para nós é o mais importante”, diz o farmacêutico.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste