Pesquisa avalia efeitos do uso de amitraz em felinos
Análise desenvolvida na Unoeste sobre inseticida revela riscos para animais e humanos


O estudo "Análise do Amitraz em Gatos por Comatografia Gasosa", da acadêmica do Programa de Mestrado em Ciência Animal da Unoeste, Cleidemar Marafon, que teve o apoio das graduações em Medicina Veterinária e Farmácia, foi publicado na revista americana Journal of Veterinary Pharmacology and Therapeutics, do último mês de julho.
Com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Unoeste, o trabalho foi orientado pela docente Silvia Franco Andrade e co-orientado pela professora do curso de Farmácia, Cláudia Isabel Guastini Delfim.
O amitraz está presente em alguns produtos utilizados para combater pulgas, carrapatos e sarnas em cães e gatos. Este é um estudo inédito sobre os efeitos do princípio ativo nos felinos. “Cerca de 120 a 240 minutos após o banho com o inseticida, os animais apresentaram sonolência, vômito, salivação, falta de equilíbrio e aumento da glicose”, explica Silvia, responsável pela análise clínica do estudo.
Ela conta que estes sintomas só ocorreram com a utilização do produto em dosagem oito vezes maior do que a recomendada, que é de 4ml por litro de água. “Cerca de 5 minutos após o uso do produto, é possível identificar a intoxicação. O felino pode ser salvo em até oito horas”, revela. No processo, os reflexos pupilar, pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca e respiratória, além do grau de sedação dos animais foram acompanhados. “Todos receberam o tratamento necessário e se recuperaram rapidamente após os testes”.
Cláudia Delfim, responsável pelo trabalho laboratorial, conta que o uso incorreto da substância pode apresentar riscos para animais e humanos. “Altas doses da substância, somadas à falta de segurança, como o não uso de luvas, por exemplo, podem causar desmaios e o aumento do nível de glicose. Pessoas diabéticas e cardiopatas devem ter cuidados redobrados”.
O estudo também contou com a colaboração da acadêmica de Medicina Veterinária, Regiane Menotti e do docente da mesma graduação na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, Carlos Valadão.
O Laboratório de Análises Toxicológicas do curso de Farmácia disponibilizou o Cromatógrafo, equipamento que detecta substâncias químicas em amostras de sangue. Os experimentos foram realizados no gatil da Unoeste, localizado no campus II e financiados pela Universidade.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste