Docente obtém título de doutorado na área de Letras
Édima de Souza Mattos já pensa em entrar no curso de pós-doutoramento após defender tese na Unesp, em Assis


A Unoeste ganha mais uma doutora para o corpo docente. Édima de Souza Mattos, então mestre em Educação, acaba de receber o título de doutora em Letras. No dia 7 de novembro, defendeu tese na Unesp, campus de Assis, durante cinco horas e meia. Professora da Universidade há 25 anos, atua nas faculdades de Ciências, Letras e Educação (Faclepp), Comunicação (Facopp) e Informática (Fipp). E ela já pensa em ingressar no pós-doutoramento.
A pesquisa de Édima trabalhou com o gênero do discurso e recebeu o título de “Literatura e Jornalismo em Eça de Queirós / ‘Ecos de Paris/Gazeta de Notícias’ – 1892/1894”. “A pesquisa procurou provar que as fronteiras entre os gêneros dos discursos são muito tênues. Não existe um gênero – como diz o jornalismo – imparcial, impessoal”, argumenta. A docente, orientada pela professora doutora Rosane Gazolla Alves Feitosa (Unesp/Assis), até acredita que a informação com opinião e que expressa tendência ideológica é mais bem aceita do que àquelas noticiadas sem esse envolvimento.
O endosso à tese foi dado por meio de citações de teóricos de jornalismo, literatura, gênero do discurso, linguagem ideológica, linguística e semiótica, além de análise do corpus – ou seja, os textos de imprensa elaborados por Eça. “Toda palavra emerge de um contexto sociopolítico, religioso e que envolve o autor. Ele não está isento de todas as manifestações do meio; e, quando trabalha com a palavra, sempre deixa transparecer algo desse contexto e da sua ideologia sobre o contexto”, diz Édima.
Conforme explana a doutora, por meio deste conjunto torna-se “fácil comprovar que o autor utiliza, no caso de Eça de Queirós, adjetivação, hipérboles, metáforas, uma linguagem plurissignificativa”. Ainda segundo a docente, a comprovação da parcialidade textual também se dá com outros autores. “Um ‘não’, uma reticência, uma pontuação, uma personificação, uma adjetivação, uma intertextualidade, uma metonímia, são vários recursos que o autor usa e que às vezes nem ele pensou sobre aquilo. Mas usou na hora da manifestação desse discurso e que torna, então, o factual trabalhando com o literário e vice-versa”.
Importância aos alunos – Édima acredita que a titulação de doutora só vem a somar para o aprendizado dos acadêmicos. “O professor é aquele que tem que estar sempre à frente do que tem que ensinar a seus alunos. Não se admite mais o professor que terminou sua graduação e parou no tempo”, reforça. De acordo com ela, agora poderá aprimorar o trabalho sobre conteúdo e visão de gêneros textuais, temática em que, inclusive, já orientou dois alunos em iniciações científicas.
A banca – Na defesa da tese de Édima, compuseram a banca a orientadora dela e os professores doutores Luiz Roberto Velloso Cairo (Unesp/Assis), Raquel dos Santos Madanelo de Souza (Unifesp/Guarulhos), Ricardo Alexino Ferreira (USP/São Paulo) e Suely Fadul Villibor Flory (Unimar/Marília).
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste