Estudo de combate às formigas busca menor impacto ambiental
Experimentos para produção de isca utilizam três plantas das quais foram obtidos de extratos etanólicos


As espécies de formigas cortadeiras estão entre as pragas que prejudicam lavouras e pastagens, podendo causar grandes danos econômicos. Por exemplo: um único formigueiro pode consumir até 3 toneladas de cana-de-açúcar durante 1 ano, o correspondente a 450 kg de açúcar ou 300 litros de etanol. No combate, o controle mais utilizado é o químico, causador de danos ambientais. Na busca de reduzir impactos ao meio ambiente, estudo científico desenvolvido na Unoeste utiliza três tipos de plantas para obter extratos etanólicos e produzir iscas destinadas a substituir os produtos químicos no controle desse tipo de inseto.
A pesquisa realizada por Rafael Gervasoni Ferreira Leite, com a orientação da Dra. Vânia Maria Ramos, resultou na dissertação apresentada em sessão de defesa pública junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste, na quinta-feira (17). Estiveram na banca examinadora os doutores Luiz Carlos Forti, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp em Botucatu, e Patrícia Reiners Carvalho. Ferreira Leite foi aprovado para receber o título de mestre em Agronomia, com elogios à pesquisa e à sua preocupação ambiental.
Conforme o autor do estudo, o controle de formigas cortadeiras é constante nos agroecossistemas, sendo empregados de diferentes métodos, onde o químico (iscas tóxicas) é o mais utilizado. Porém, substâncias extraídas de plantas, na qualidade de inseticidas, têm inúmeras vantagens quando comparado ao emprego dos sintéticos. Então, a pesquisa teve como objetivo avaliar o potencial inseticida ou fungicida das plantas Asclepias curassavica (falsa-erva-de-rato), Rosmarinus officinalis (alecrim) e Equisetum ssp.(cavalinha) no controle de formigas cortadeiras Atta sexdens rubropilosa.
Foram utilizadas 40 colônias de Atta sexdens rubropilosa (saúva) criadas em laboratório. As plantas foram colhidas, secadas em estufa de ar circulante durante 48 horas, trituradas em moinho tipo Willye e maceradas em etanol 96º até exaustão. Após a filtragem, o produto obtido foi evaporado sob pressão reduzida para obtenção dos extratos etanólicos. Foram realizados teste de aceitação do reagente, aplicação tópica dos extratos etanólicos dos vegetais a 4% no dorso das formigas e aplicação de iscas confeccionadas com extratos vegetais a 4%.
Também de acordo com Ferreira Leite, todos os extratos vegetais utilizados influenciaram negativamente o desenvolvimento do jardim de fungo que é criado pelas formigas dentro do formigueiro e do qual elas se alimentam. As iscas produzidas a base de Asclepias curassavica (falsa-erva-de-rato) provocaram mortalidade de 22,5% das colônias num período de sete dias.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste