Bico-de-papagaio é utilizado para combater praga do milho
Extrato etanólico de folhas da planta permite controle da lagarta-do-cartucho e oferece vários benefícios


Estudo agronômico na área de produção vegetal constata eficiência na aplicação de extrato da planta bico-de-papagaio como inseticida botânico para combater uma das pragas mais violentas para o cultivo de milho: a lagarta-do-cartucho, classificada como de alta velocidade e de grande poder de destruição. O inseticida vegetal, a partir do extrato etanólico obtido com as folhas da planta, oferece os benefícios de suprir a ineficiência causada pela resistência ao produto sintético, de ser obtido por meio de recursos renováveis, de não agredir o meio ambiente, de ser de fácil acesso para o agricultor, de não deixar resíduos e de ser uma produção de baixo custo.
A engenheira agrônoma Viviane Tavares de Almeida avaliou os parâmetros de mortalidade, período larval, peso da lagarta, peso da pupa, peso da dieta e fezes excretadas, com o diferencial para outros estudos do gênero: o de avaliar a fertilidade dos ovos. Nesse aspecto, ocorreu um resultado altamente significativo, que foi a infertilidade. Se uma mariposa põe entre 800 a 1.000 ovos, a infertilidade reduz drasticamente a reprodução da lagarta. Em relação à mortalidade, as concentrações de 0,5% a 1% do extrato alcançaram o índice de arte 26%. O período larval foi prolongado em 5,2 e 5,8 dias, o que foi apontado como interessante pela autora do estudo, por deixar o inseto exposto mais tempo e, com isso, ter maior probabilidade de ser eliminado pela cadeia alimentar.
As reduções de pesos também foram constatações importantes, devido o reflexo na morfologia, implicando na inibição de crescimento. Em síntese: o extrato etanólico obtido com folhas da planta bico-de-papagaio, de nome científico Euphorbia pulcherrima, é promissor para o controle da lagarta-do-cartucho, a Spodoptera frugiperda. Viviane fez a defesa pública de sua dissertação na manhã desta quarta-feira (30) junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.
A autora da pesquisa recebeu orientação da Dra. Vânia Maria Ramos e foi avaliada pelos pesquisadores Ana Cláudia Pacheco Santos e Roberto da Silva Camargo, convidado pela Unesp em Botucatu, com participação on-line na sessão instalada na sala de reunião 2 da Reitoria da Unoeste, no campus I. Viviane foi aprovada para receber da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação o título de mestre em Agronomia, como resultado da pesquisa que desenvolveu no Laboratório de Entomologia Agrícola.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste