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Hemodiálise enfrenta dificuldades com atraso de recursos

Problema ameaça pacientes do SUS; Sociedade de Nefrologia inicia campanha junto às autoridades


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Foto: Arquivo/Unoeste Hemodiálise enfrenta dificuldades com atraso de recursos
Betônico: "Os centros de diálise brasileiros amargam, além do atraso no repasse das verbas, a defasagem no teto orçamentário"




Segundo o censo realizado pela SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), há no Brasil 577 centros de diálise, dos quais 90% são conveniados ao SUS e financiados por verbas públicas. Dependem desse serviço aproximadamente 60 mil pessoas que apresentam algum tipo de problema renal crônico e que, para manterem-se vivos, se submetem a três sessões semanais de hemodiálise (tratamento que constitui na filtragem do sangue através de uma máquina, em substituição ao funcionamento natural do rim).

Apesar da importância que representam para os que dependem do rim artificial, as unidades brasileiras de diálise estão sendo ameaçadas. O atraso no pagamento dos recursos gastos com equipamentos, manutenção dos prédios e qualificação dos recursos humanos desse serviço sinaliza uma situação de caos, prestes a se instalar no setor.

Para evitar que isso aconteça, a Sonesp (Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo), com o apoio da Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante, iniciou a “Campanha Para Qualidade e Equilíbrio Financeiro da Diálise”. O objetivo é mobilizar a sociedade e fazer um apelo aos governantes, assembléias legislativas, Câmara Federal, Senado e outras instâncias de poder, para que atualizem os pagamentos atrasados e regularizem a remuneração dos prestadores desse serviço.

De acordo com o nefrologista Gustavo Navarro Betônico, responsável pelo Serviço de Hemodiálise do HU, os centros de diálise brasileiros amargam, além do atraso no repasse das verbas, a defasagem no teto orçamentário. Segundo ele, o dinheiro repassado a essas instituições está abaixo do que se gasta com o tratamento dos doentes, fato que compromete a qualidade desse setor e sua continuidade.

“Algumas unidades de diálise de São Paulo já estão se negando a atender pacientes do SUS, temendo não serem ressarcidas depois. Cerca de 2% do orçamento total da Saúde é investido na hemodiálise, no entanto trata-se de um tratamento caro. Estima-se que cada paciente renal representa um gasto de cerca de dois mil reais, incluindo os remédios. Se as autoridades não fizerem algo a respeito, as clínicas vão transformar seus serviços públicos em privados para não fecharem as portas. E quem vai arcar com isso é o paciente”, alerta o nefrologista.

De acordo com Betônico, esse é um problema mundial, que ameaça principalmente as unidades isoladas de tratamento. Ele explica que os serviços de diálise de hospitais estão protegidos por enquanto, pois têm o respaldo financeiro da instituição onde funcionam, “o que não quer dizer que não serão afetados”, diz.

Situação regional – Em Presidente Prudente há dois centros de diálise e um deles está instalado no HU. Cerca de 250 pacientes do município realizam hemodiálise no Hospital Universitário e na Santa Casa. De acordo com Betônico, o HU ainda recebe pacientes encaminhados por municípios de toda a região compreendida pela DIR XVI, e também de outros Estados como o Mato Grosso.

“Felizmente, nossa região ainda não apresenta problemas na diálise, mas a crise pode acontecer se a situação não receber a atenção que merece. Em nosso hospital, por exemplo, 95% dos pacientes renais crônicos são atendidos pelo SUS”, informa.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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