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90% dos doentes de anorexia são mulheres

Morte de modelo levanta questão dos transtornos alimentares; meninas entre 14 e 18 anos são vítimas mais freqüentes


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Foto: Ector Gervasoni 90% dos doentes de anorexia são mulheres
Obsessão pelo corpo: infecção generalizada causada pela anorexia matou modelo de 21 anos, que pesava 40 quilos e tinha 1,71 de altura






Sempre que uma modelo se torna vítima da anorexia, a sociedade abre um parênteses para discutir a doença. No entanto, este é um mal que ronda não apenas os personagens do mundo fashion. Outras profissões ligadas à beleza e ao corpo esbelto, como a de bailarina, demonstram ter um risco alto para o surgimento de transtornos alimentares. Pesquisas revelam que cerca de 90% das vítimas de anorexia são mulheres com idades entre 14 e 18 anos, que, seguindo uma dieta de emagrecimento ou logo após algum fato estressante ou traumatizante, passam a desenvolver uma obsessão excessiva pela magreza e a recusa em comer. A morte ocorre, com maior freqüência, por inanição, suicídio ou desequilíbrio hidroelétrico do organismo.

Segundo a psiquiatra Vânia Sato Ikuhara, que desenvolve um trabalho de orientação a pacientes que sofrem de anorexia e bulimia no Ambulatório de Psiquiatria do HU (Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo), os anoréxicos têm o peso 85% abaixo do esperado, e ainda assim se vêem gordos. Ela explica que ocorre com essas pessoas uma perturbação significativa na percepção da auto-imagem, que traz como conseqüência uma distorção doentia do próprio corpo e a negação alimentar.

“Normalmente, o anoréxico mantém um peso corporal abaixo do nível normal mínimo para sua idade e altura. O medo mórbido de ganhar peso transforma essas pessoas em obcecados por calorias, regimes e exercícios físicos. Além da dieta restrita, limitada à apenas alguns tipos de alimentos, o paciente ainda adota métodos adicionais de perda de peso, como auto-indução do vômito e uso de laxantes e diuréticos em exagero, podendo ingerir 50 comprimidos por dia”, diz a psiquiatra.

De acordo com a médica, o tratamento para esses casos prevê o uso de medicamentos associado à psicoterapia. Como as seqüelas fisiológicas e clínicas da desnutrição geralmente vêm acompanhadas de outros transtornos, como depressão, retraimento social, irritabilidade, ansiedade e insônia, é necessário tratar também o lado psicológico para que os resultados sejam realmente positivos.

“Percebemos que há uma grande relutância da paciente em querer tratar-se, já que há o medo de que o tratamento a faça engordar. A busca por ajuda nunca é espontânea, geralmente a família é quem sempre leva o paciente para o consultório. Por isso, dizemos que não existe tratamento sem o apoio e a compreensão familiar, que é fundamental desde a primeira consulta”, diz Vânia.

Bulimia – A bulimia também é um transtorno alimentar de obsessão pela magreza, no entanto, associado à compulsão por comida seguida de vômito provocado pela introdução do dedo ou de um palito garganta abaixo. Os bulímicos não têm o aspecto de “pele e osso” como os anoréxicos, mas mantêm seu peso às custas do vômito. “Chega um momento em que nada mais para no estômago e o vômito passa a ocorrer espontaneamente, sem precisar ser provocado”, diz a psiquiatra Vânia Sato Ikuhara.

Enquanto a anorexia provoca um desequilíbrio hidroelétrico no organismo, causando entre outras coisas, a interrupção da menstruação nas mulheres e a queda de cabelo, a bulimia provoca dores fortes no estômago, corrosão do esmalte dos dentes e lesões ao longo da garganta, além de calos nos dedos e dorso das mãos.

“Os dois tipos de distúrbios podem levar à morte. Quanto antes o paciente chegar ao consultório médico, maiores serão as chances de se evitar o pior”, alerta a psiquiatra.



Dismorfia corporal: fator de preocupação para os homens




A preocupação em ter os músculos delineados e livres das gordurinhas não é exclusividade das mulheres. Assim como já acontecia com o público feminino, os homens estão sentindo na pele o peso da responsabilidade de ter o corpo perfeito.

“Percebemos um crescimento muito grande de homens que sofrem de dismorfia corporal, que é a preocupação excessiva com a aparência física. O homem se olha no espelho e se vê fraco, dessa forma, abusa de anabolizantes e outras substâncias para ganhar massa muscular”, diz a psiquiatra Vânia Sato Ikuhara, do HU.

Assim como a anorexia e a bulimia, a dismorfia corporal traz prejuízos à saúde e compromete a qualidade de vida. Um tratamento direcionado com um psiquiatra é o mais indicado para esses casos.





Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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