Capital do oeste paulista pode ficar ainda mais quente
Períodos de calor frequentes fazem com que Presidente Prudente passe por uma variação climática

Ar condicionado se torna item quase obrigatório para quem anda de carro em Presidente Prudente. Piscina, então, deixa de ser objeto de luxo. E um sorvetinho de vez em sempre ajuda a dar aquela refrescada. Já é característica da cidade ter temperaturas elevadas, mas ela está propensa a ficar mais quente a cada ano, de acordo com acompanhamento feito pela Estação Meteorológica da Unoeste.
Períodos de calor frequentes fazem com que Prudente passe por uma variação climática, explica Vagner Camarini Alves, pós-doutor responsável pela estação da universidade. Segundo ele, o maior município do oeste paulista acompanha a tendência de aquecimento global desde os últimos 15 anos. No entanto, ainda não é possível afirmar que há alteração brusca, pois a constatação de mudança climatológica se dá pela comparação de uma média de temperaturas de 30 anos com as marcações referentes a outro período de também três décadas. Tal verificação só poderá ser feita daqui a oito anos, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) finalizará 60 anos de estudos da “normal climatológica”.
Que todo o mundo vem esquentando é fato, tanto que o governo federal brasileiro tem o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, com metas a serem cumpridas até 2015 e até 2030 para tentar minimizar o problema. Mas sobre o típico calor prudentino, uma das causas é a urbanização, pois Camarini argumenta que a redução de áreas verdes dentro da cidade impede o escape térmico. Então, formam-se ilhas de calor nos locais de aglomeração das construções. No entanto, os termômetros em alta também dizem respeito a aspectos naturais. “Nossa região é próxima do Trópico de Capricórnio, onde no verão o sol está quase à pino. Portanto, a quantidade de luz solar é grande, o que traz muito acúmulo de energia ao ambiente”, declara o professor de Física da Unoeste.
Estrutura – A Unoeste tem sistemas convencional e automático na Estação Meteorológica, onde as medições são feitas desde 1989 no campus II. O local segue as exigências da Organização Meteorológica Mundial de estar em um local plano e gramado, aberto, bem arejado, sem árvores e construções próximas. Termômetros ficam em abrigo feito de madeira, com veneziana nas laterais e pintado de branco para refletir a luz e registrar a temperatura correta do ambiente. Com atenção a isso e a mais conceitos da física é que é possível fazer as medições. Por isso, o curso de Física é um dos que fazem práticas acadêmicas na estação. Agronomia, Engenharia Ambiental e, eventualmente, outros cursos da Unoeste também usam o lugar.
Recordes do termômetro – A temperatura máxima oficialmente registrada em Prudente, de acordo com a Estação Meteorológica da Unoeste, é de 39,3º C, em novembro de 1985. Em contrapartida, a mínima é de - 1,8º C, durante julho de 1975.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste