Farmacêutico alerta sobre morte por intoxicação com remédio
Campanha de âmbito nacional recebe adesão em Prudente para esclarecer que uso de medicamento requer orientação



Anualmente no começo de maio, farmacêuticos se mobilizam para levar orientação à população sobre o uso racional de medicamentos. Na campanha o que chama a atenção é a informação de que nos casos de morte por intoxicação, os remédios ocupam o segundo lugar. O primeiro pertence aos agrotóxicos. A adesão em Presidente Prudente se dá com o curso da Unoeste e o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP). Estudantes, professores e farmacêuticos percorreram a manhã de sábado (4) o calçadão da Maffei – no centro da cidade – entregando panfletos e conversando com populares.
Na ação, estruturada pela Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), centenas de pessoas foram orientadas. “Informamos sobre o uso e cuidados. A população brasileira se automedica muito, mas deve saber que mesmo os medicamentos sem prescrição médica, somente devem ser usados com orientação farmacêutica. O profissional para isso é o farmacêutico formado em curso superior, que tem condições de orientar”, disse o professor Luís Ortega, ao acompanhar seus alunos.
Pedestres também foram orientados sobre os riscos que proporcionam ao fazer o descarte inadequado de remédio, que pode ser achado e ingerido por uma criança ou mesmo pessoas que trabalham com reciclagem, além de causar danos ambientais. Outra questão é armazenar adequadamente, em local fresco e seco. Os medicamentos não podem ficar expostos ao sol e à umidade. São cuidados para garantir a eficácia e impedir efeitos que não são os desejados. Aos farmacêuticos cabe cumprir a dispensação no ato de fornecimento de medicamentos.
Dispensação é o ato de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de receita elaborada por um profissional autorizado. O farmacêutico informa e orienta sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação do produto. É o que consta da Política Nacional de Medicamentos.
Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), voltada a melhorar o controle de uso de medicamentos, manifesta preocupação especial com os antimicrobianos, o chamado antibiótico, cujo uso inadequado pode provocar o surgimento de superbactérias. Em decorrência de pesquisa, realizada em 2006, pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, apontando os medicamentos entre os líderes dos principais agentes tóxicos no Brasil, no ano seguinte foi criado o Comitê Nacional para a Promoção de uso Racional de Medicamentos.
Naquela ocasião, a Fundação Oswaldo Cruz, constatou que em mais de 100 mil casos de intoxicação humana, 30,5% estavam relacionados a medicamentos. Conforme Ortega, não existe um levantamento local, mas a estimativa é de que seja um reflexo do ocorrido no plano nacional. Na campanha de sábado, a Proext esteve representada pelo assessor de Integração Comunitária, Darci Galbiati, e o CRF-SP pela farmacêutica Natália Polizello.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste