Experimento promove qualidade de planta para uso medicinal
Também aumenta a biomassa e seus resultados repercutem na comunidade científica do Brasil e exterior

Experimento científico obtém bons resultados em qualidade e quantidade de biomassa na planta medicinal mil folhas, mediante aplicação de regulador vegetal. Primeiro, foi em casa de vegetação. Portanto, em ambiente controlado. Depois, a campo, em dois cultivos sujeitos às intempéries. No primeiro, os resultados foram comprovados; no segundo, estão sendo processadas as análises químicas. Desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste, o estudo obtém repercussão na comunidade científica nacional e internacional.
A planta mil folhas, de nome científico Achillea millefolium, é utilizada na produção de medicamentos fitoterápicos para tratamento de problemas gastrointestinais e inflamatórios. São produtos com efeitos terapêuticos eficazes e de baixo custo. Por isso, estão contemplados pelas políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), para beneficiar a população brasileira de baixa renda. Assim, o grande desafio das pesquisas desenvolvidas em duas etapas (mestrado e doutorado) na Unoeste é reafirmar no campo os efeitos obtidos em casa de vegetação, para tornar a técnica viável para o cultivo comercial.
Conforme a orientadora das pesquisas, Dra. Ana Cláudia Pacheco, no Brasil ocorre a produção agrícola da planta para abastecer a indústria com essa matéria prima. Nos Estados Unidos e na Europa a mil folhas é utilizada industrialmente para a produção de chás, como parte componente. O engenheiro agrônomo Pedro Henrique Gorni fez a primeira pesquisa durante o mestrado, com a aplicação de três doses diferentes de ácido salicílico (regulador vegetal) na mil folhas para analisar quais das concentrações aumentaria os compostos fenólicos, óleo essencial, biomassa e atividade antioxidante.
O melhor resultado foi obtido com a dose de 1 milimolar, a qual está sendo utilizada no doutorado com aplicação a campos em duas épocas. A primeira: inicialmente com 20, na fase intermediária com 60 e na final com 100 dias após o plantio. A segunda: 100 dias após o plantio e com três aplicações consecutivas. Isso nos dois cultivos, sendo o primeiro no ano passado e o atual agora em 2017. O regulador aplicado é um hormônio sintético, com o uso permitido em produção orgânica, por não acarretar problema à saúde.
Quando da defesa da dissertação de mestrado, o Dr. Regildo Márcio Gonçalves da Silva foi convidado como membro externo. Seu apreço ao estudo resultou em parceria interinstitucional, na condição de pesquisador da Unesp em Assis e com atuação na pós-graduação em biotecnologia do campus de Araraquara, mantido pela mesma universidade pública. Lá são feitas as análises químicas dos compostos ativados da planta, em aparelho de cromatografia, capaz de fracionar os compostos fenólicos e o óleo essencial, permitindo, assim, avaliações detalhadas.
Os resultados de 2016 foram apresentados recentemente no 16º Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal, em São Pedro (SP). Escolhido, entre os inscritos, pela comissão científica do evento realizado bianualmente pela Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal, o trabalho foi contemplado com apresentação oral pela orientadora, na sessão temática de metabolismo secundário de plantas. O despertar de interesse dos congressistas motivou a busca de informações logo após a plenária do evento que reuniu pesquisadores brasileiros, norte-americanos, franceses, australianos, argentinos e poloneses.
O mesmo estudo já está selecionado pela Universidade Federal do Espírito Santo para exposição de pôster na 6ª Conferência Brasileira de Produtos Naturais, de 5 a 8 de novembro em Vitória (ES). Gorni irá ao evento que reunirá conferencistas do Brasil, Itália, Estados Unidos, Dinamarca, Coreia, Colômbia, Reino Unido, Canadá, Japão e Suíça. Em todas as etapas desse estudo de doutorado ocorre a participação do estudante da graduação em Agronomia, Jonathan Fogaça Albuquerque, em processo de iniciação científica.

Adriana acompanhou a estudante de graduação em Agronomia e estagiária do Cevop, Bruna Luana dos Santos, na apresentação de pôster sobre aplicação de biorregulador em cana-de-açúcar submetida a estresse hídrico. Egressa da graduação em Ciências Biológicas e do mestrado em Agronomia na Unoeste, Inaê Braga apresentou dois trabalhos no congresso, ambos relacionados à soja. Inaê faz doutorado na Unesp em Rio Claro e mantém vínculo com o Cevop.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste