Pelo de cão pode abrigar parasito prejudicial à saúde
Filhotes, animais abandonados, verminosos e os de pelo curto são potenciais transmissores da toxocaríase

Pesquisa alerta para os riscos do ser humano contrair doenças mediante ingestão de pelo de cães que contenham ovos larvados do parasito Toxocara canis, transmissor da toxocaríase, doença que pode resultar em distúrbios pulmonares, hepáticos, cardíacos e dermatológicos, dentre outros.
Inicialmente, já se sabia sobre os riscos dos ovos do parasito encontrados no solo, expelido nas fezes. Porém, estudos iniciados em 2003 no Reino Unido e os realizados desde 2010 no Brasil constataram que o pelo de cães tem capacidade de abrigar ovos do parasito e contribuir com a transmissão da zoonose.
Diante dos fatos, a médica veterinária Yslla Fernanda Fitz Balo Merigueti desenvolveu um estudo científico para avaliar a frequência e os fatores associados à contaminação do pelo de cães pelos ovos do parasito de Toxocara spp, em animais atendidos ou abandonados num hospital veterinário do interior paulista.
Com a autorização dos proprietários ou responsáveis, foram coletadas amostras do pelo de 165 animais, nas regiões perineal, superior e inferior da cauda. Os percentuais compreenderam 77% de cães domiciliados e 23% abandonados, sendo 106 adultos (64,2%) e 59 filhotes (25,8%) que são os com menos de 12 meses de vida.
Feita as análises, 11 das 165 (6,7%) amostras estavam contaminadas, com a média de 12,2 ovos por animal. A região perineal apresentou o maior índice de contaminação: 72,4%. Todos os ovos apresentaram características de viabilidade de produzirem larvas, as quais geram uma série de problemas de saúde para o ser humano.
Na adesão, acabam embrionados, especialmente em filhotes, cães não domiciliados (de rua), sem desverminação e os de pelo curto. Sendo assim, a médica veterinária aconselha aos proprietários de cães tratamento com vermífugos e afins; e cuidados corretos com a higiene dos animais, especialmente nos primeiros meses de vida.
Realizado junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal, ofertado pela Unoeste, o estudo contribui para orientar a relação saudável entre homem e animal doméstico, no sentido de evitar o risco de doenças transmitidas por zoonoses que consistem num problema de saúde pública.
A dissertação produzida por Yslla foi defendida na tarde desta quinta-feira (18) e aprovada para que receba o título de Mestre em Ciência Animal, com a banca examinadora formada pelos doutores Vamilton Álvares Santarém (orientador), Rogério Giuffrida e Willian Marinho Dourado Coelho, da Fundação Educacional de Andradina.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste