Biblioteca do campus Guarujá ganha Espaço Cultural
Novo espaço, que celebra legado da professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, foi inaugurado com solenidade, exposição de quadros e encontro com empreendedoras da cidade

Com 51 anos de história e comprometimento com a excelência educacional, a Unoeste homenageia sua fundadora, a professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, em seu novo Espaço Cultural no campus Guarujá. Ao estender o reconhecimento a uma das mentes pioneiras por trás da Unoeste, a comunidade acadêmica celebra não apenas a construção física do espaço voltado à cultura, mas também o legado da educadora visionária. A inauguração, coincidentemente no dia em que seu falecimento completou um ano, foi marcada por solenidade, exposição de quadros e roda de conversa com mulheres empreendedoras de Guarujá.
O pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Unoeste, Dr. Adilson Eduardo Guelfi abriu a solenidade relembrando as contribuições que Dona Ana deixou para a universidade. “Dona Ana acreditava que a educação transforma as pessoas. Este espaço é uma homenagem e celebração ao legado dela. Muitos dos princípios que ela começou com a Unoeste estão até hoje presentes”.
Ele explicou que a escolha pelo tema de empreendedorismo feminino para a inauguração do espaço celebra a coragem de Dona Ana, em iniciar, junto com o professor Agripino de Oliveira Lima Filho, a Unoeste. “Ela nos deixou em 10 de novembro de 2022 e hoje, um ano depois de sua partida, estamos aqui. Espero que aproveitem esse espaço, pois a biblioteca é um local que ela gostava muito”.
Em sua fala, o coordenador do curso de Medicina de Guarujá, Dr. Ronald Pallota destacou o papel da arte na formação de futuros médicos. “Nós precisamos formar médicos humanos e não há nada que humaniza mais do que a arte. A cultura transcende a educação, ela invade a educação. Nós não podemos viver sem arte. A universidade é lúdica e universal e está aberta a todas as experiências”.
Em sua fala, a coordenadora da Rede de Bibliotecas Unoeste Regina Liberati Silingovschi relembrou as dificuldades da criação da primeira biblioteca em Presidente Prudente.
“Dona Ana era uma pessoa maravilhosa para nós. Há anos, quando iniciamos a biblioteca em Prudente, era uma luta. O mercado editorial era lento, tudo era muito diferente. Nós começamos uma biblioteca pequena. Dona Ana nos ouvia, dava valor e sempre nos apoiava. Era uma amiga, uma pessoa que a gente sentia prazer em dialogar. Inaugurar um espaço dentro da biblioteca para promover a cultura é maravilhoso. A biblioteca é muito mais do que emprestar livros, ela participa da formação do aluno. Eu agradeço às mulheres empreendedoras que vieram compartilhar suas histórias”.
Egressa da Unoeste, a gerente administrativa do campus Guarujá, Rosineide Maria de Oliveira, também destacou lembranças que tem de Dona Ana. “Eu fui aluna da Unoeste e fiz Administração por causa da Dona Ana. Fiz um longo caminho na área da gestão e hoje estou aqui gerindo o campus dela”, disse.
Para trazer ainda mais emoção ao evento, o professor responsável pelo Programa Unoeste + Cultura, o artista plástico Josué Pantaleão presenteou o campus Guarujá com uma tela em homenagem à professora fundadora. Além disso, convidou a artista plástica Neide Beneduzzi Medalha a inaugurar o espaço com exposição de quadros.
“Cada pincelada é um pouco de nós, artistas. Faz com que passe essa energia da arte que se propaga neste local. Eu agradeço o empenho de todos os funcionários, porque sei que este espaço de hoje trará mais eventos culturais para o Guarujá”.
Histórias de sucesso
O espírito empreendedor de Dona Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima foi a inspiração para o convite a quatro mulheres de Guarujá, que sonharam, lutaram e conquistaram seus negócios na cidade. A primeira a compartilhar sua experiência foi a proprietária da confeitaria Morango Gourmet, Angela da Silva.
“Comecei na área para terminar de construir a minha casa. Eu trabalhava registrada, mas não havia de onde tirar dinheiro para a obra. Comecei com produtos de Páscoa, sem experiência com chocolate. Sempre fui curiosa, fiz um curso simples e aprendi receitas-base, mas queria ter o meu diferencial. Isso foi em 2018. Já tem alguns meses que abri a loja, mas acredito que se você não lutar pelos seus sonhos, você vai viver os sonhos dos outros. A batalha é diária. Venci, não. Estou na luta, mas vivendo o meu sonho”.
Alagoana, dona Maria Isabel Oliveira veio para São Paulo ainda adolescente e se casou aos 19 anos. Junto com o marido, trabalha há anos nas praias de Guarujá.
“Tive quatro filhas com meu marido, que era padeiro. Ele me ensinou a fazer sonho, coxinha e pastel. Um dia, eu estava tão cansada, que dormi e a massa do sonho cresceu demais. Tive que fazer tudo de novo. Quando minha filha mais velha estava com 13 anos, a gente comprou um carrinho de praia. Durante o dia, a gente trabalhava e, à noite, trabalhava no carrinho. Meu marido faleceu há três anos e isso me desestruturou. Hoje, tenho carrinho na Pitangueiras, trabalho com uma equipe de jovens com 19 a 20 anos. Minhas filhas me ajudam com os negócios. Nunca desista do sonho de vocês, ensine seus filhos a não quererem nada de ninguém”.
Sâmella Carneiro é diarista e decidiu empreender na área de limpeza depois da pandemia. “Meu pai é zelador, uma profissão muito comum aqui em Guarujá. Minha mãe cuidava da limpeza de apartamentos. Não consigo imaginar em que momento decidi trabalhar nessa área. Eu sou formada em Hotelaria e Turismo e, mesmo assim, não era o que eu gostaria de fazer. Eu decidi empreender depois da pandemia. Eu engravidei, tive depressão e, depois que a minha filha nasceu, eu vi a possibilidade de ter flexibilidade de horários. Eu queria trabalhar com limpeza de uma forma diferente, porque sei o preconceito que existe com a área. Eu comecei a estudar, fiz um Instagram para divulgar o meu trabalho e não esperava a aceitação dos seguidores. Hoje posso ser encarada como uma empreendedora. Minha missão é fazer com que as pessoas tenham um olhar mais generoso e valorização dos profissionais”.
A bacharel em Direito Vitoria Andrade largou a profissão para abrir sua clínica de estética e beleza. “Meu sonho sempre foi fazer Medicina, mas eu não consegui passar na faculdade pública. Após a pandemia, eu fiz um curso de limpeza de pele e comecei a me perguntar o que eu estava fazendo no Direito. Todas as economias que meus pais tinham, eles investiram em mim. Hoje, temos um ano e meio de clínica. Fiz um curso de empreendedorismo aqui na Unoeste, em parceria com o Sebrae, e costumo dizer que o empreendedorismo mudou a minha vida. Teve mês de eu ter uma cliente durante o mês, mas a minha mãe nunca me deixou desistir. O meu sonho de cursar Medicina era de curar pessoas. Mas, hoje, na estética, eu também curo pessoas”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste